Por: Redação Fonte: Diário de Cuiabá
Logo após fechar três acordos com o governo indiano, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticou o país. Disse que a Índia é muito protecionista e que parte daquele governo pensa que o país consegue produzir sozinho o necessário para a população. E afirmou que o Brasil está à espreita para ocupar esse mercado.
“Não tenho dúvida em dizer que sim. Muito protecionista. Aliás, o próprio governo, uma ala mais tradicional aqui, acha que não precisa importar, acha que dá conta sozinha do seu recado, e a ala que prevê o futuro da Índia, entrando aí mais de 15 milhões de pessoas todos anos no mercado de trabalho ou se alimentando, precisa importar”, explicou o ministro, que completou: “Há ainda aqui dentro da Índia uma espécie de disputa por qual caminho a ser seguido e o Brasil está à espreita para ocupar esse mercado”.
Um dos três acordos assinados pelo ministro nesta segunda-feira é para a transferência de genomas, de material genético de bovinos, da Índia para o Brasil. Ele explicou que todo o rebanho brasileiro é de origem indiana. E desde 1950, o Brasil não importa mais gado indiano e, portanto, a variabilidade genética tem sido diminuída nos últimos anos.
“Com a entrada desse novo material, vamos dar um choque na pecuária brasileira e tenho certeza de que vamos ganhar produtividade com isso”, disse Maggi.
Segundo o ministro, “de prático”, foi colocado para o primeiro-ministro indiano Narendra Modi: “Olha, nem só de regulamentos vive o mundo. O mundo vive de comércio, e o comércio é feito pela política”.
Ele argumenta que a Índia, que quer o Brasil como um parceiro estratégico, precisa retirar as barreiras fitossanitárias que aí estão colocadas. O primeiro-ministro, segundo o ministro, entendeu e disse que vai fazer as gestões políticas necessárias. O primeiro efeito esperado é a ampliação do mercado de alimentos para a Índia.
“Temos hoje parados para entrar maçãs - o Brasil já é 12º maior produtor de maçãs —, carne de aves e também de suínos, que estamos na pauta para ser liberado e por problemas fitossanitários’ entre aspas’ nós não conseguimos atender”, disse Maggi.
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