No evento, foram debatidos os seguintes temas: Mulheres, Desenvolvimento e Empreendedorismo, Governança Digital: Misoginia e Desinformação e Empoderamento das Mulheres, Ação ClimĂĄtica e Desenvolvimento SustentĂĄvel.
Ao fazer um balanço inicial sobre o encontro, a coordenadora do grupo ministerial, a ministra das Mulheres do Brasil, Cida Gonçalves, afirmou que as questões levantadas pelos paĂses à mesa focaram na participação das mulheres no desenvolvimento econômico, na inclusão das mulheres nos campos polĂtico, financeiro e, efetivamente, de polĂticas pĂșblicas de igualdade de gĂȘnero.
"O Brics representa, hoje, uma força significativa para a construção de uma nova ordem mundial multipolar, onde as vozes do Sul global possam ser efetivamente ouvidas. E nós, mulheres, temos um papel fundamental nesta transformação", destacou a ministra.
Cida Gonçalves completou que a expansão do grupo do Brics, em agosto de 2023, representa a oportunidade de fortalecer as vozes coletivas das mulheres nos fóruns internacionais e de promover uma agenda de desenvolvimento que as coloca no centro das polĂticas pĂșblicas. "
Acreditamos que o intercâmbio de boas prĂĄticas e o fortalecimento das parcerias estratégicas podem acelerar o progresso em direção à igualdade de gĂȘnero em todas as suas dimensões."
Durante a abertura do evento, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Macaé Evaristo, defendeu o fortalecimento da agenda da democracia, dos direitos humanos e do multilateralismo como ferramenta de pacificação, diante do que ela classificou como momentos de incerteza e de insistĂȘncia na força bruta.
"Nesse encontro, que possamos avançar e pensar como que, estrategicamente, os Brics, as ĂĄreas que são responsĂĄveis por pensar desenvolvimento econômico, o fortalecimento Sul-Sul, para que a gente possa avançar com uma firme presença das mulheres, que possamos nos unir para barrar e cessar toda forma de misoginia, de violĂȘncia contra as mulheres, especialmente, contra as meninas, as quais precisamos ter o maior cuidado."
No PalĂĄcio do Itamaraty, a ministra da Igualdade Racial (MIR), Anielle Franco, citou a ONU Mulheres, órgão das Nações Unidas para a igualdade de gĂȘnero e o empoderamento das mulheres, para afirmar que uma em cada dez mulheres do mundo vive em extrema pobreza.
Anielle defendeu que a busca por soluções para o desenvolvimento sustentĂĄvel e o enfrentamento aos vĂĄrios tipos de violĂȘncia deve ser feita de forma coletiva pelos paĂses. "No mundo todo, somos nós que carregamos nas costas a organização e gestão doméstica, familiar e territorial. Mas, infelizmente, com trajetórias mais precarizadas pelo acĂșmulo de opressões que somam os nossos corpos, como racismo, machismo e discriminação territorial".
A socióloga e primeira-dama brasileira, Janja Lula da Silva, relembrou fala do papa Francisco, morto na segunda-feira (21), sobre as mulheres, em fevereiro deste ano. "Uma sociedade que elimina as mulheres da vida pĂșblica empobrece. Igualdade de direito, sim, mas também igualdade de oportunidades, igualdade de possibilidade de progredir, porque, do contrĂĄrio, empobrece", parafraseou o ex-lĂder da Igreja Católica.
O Brasil preside o Brics em 2025 e adotou o tema Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e SustentĂĄvel. Composto por 11 paĂses, o bloco atua como um espaço de articulação polĂtico-diplomĂĄtica para promover a cooperação em diversas ĂĄreas.
O bloco reĂșne os membros originĂĄrios, Brasil, RĂșssia, Ăndia, China e África do Sul e os paĂses incorporados durante a 15ÂȘ CĂșpula do BRICS, em Joanesburgo (África do Sul), em agosto de 2023: ArĂĄbia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Por fim, a Indonésia aceitou formalmente o convite para integrar o grupo em 2024.
Fonte: AgĂȘncia Brasil