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Julgamento já começou e seria retomado na terça (2), mas foi adiado. Defesa do senador argumenta que houve supostas irregularidades na investigação. Senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)Reprodução/TV GloboA defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pediu nesta sexta-feira (5) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que retome o julgamento sobre a atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no caso das "rachadinhas".O julgamento já começou e seria retomado na última terça (2), mas foi adiado pelo relator, ministro Félix Fischer, que retirou o caso da pauta e pediu mais informações ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).Os advogados de Flávio Bolsonaro argumentam que o regimento do STJ não prevê interrupção de julgamentos já iniciados. Para a defesa, como já foram apresentados votos de ministros, a medida seria irregular."Isso implica em dizer que provocar-se mais atraso na conclusão do julgamento em questão – qualquer que seja o seu resultado – também significa emperrar-se outras duas instâncias – sendo uma delas o STF – que aguardam, como todo o país, a decisão do STJ para poderem seguir com os seus respectivos expedientes e até outros que guardam relação com o tema deste recurso", afirmaram os advogados. Nos recursos, o senador aponta supostas irregularidades na comunicação feita pelo Coaf sobre movimentações atípicas no gabinete de Flávio quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro. Os recursos também questionam a validade de decisões tomadas pela primeira instância no caso, já que o foro especial foi reconhecido pelo Tribunal de Justiça do Rio.No mês passado, a Quinta Turma do STJ decidiu, por 4 votos a 1, anular as quebras de sigilo de Flávio Bolsonaro nas investigações. Os ministros entenderam que a decisão judicial que autorizou o acesso a esses dados não foi devidamente fundamentada.As chamadas "rachadinhas" consistem em parlamentares se apropriarem de parte dos salários de assessores de gabinete. A denúncia do Ministério Público aponta a ocorrência dessa prática quando Flávio Bolsonaro era deputado da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).STJ anula quebra dos sigilos de Flávio Bolsonaro no caso das "rachadinhas"Impacto na denúnciaA decisão que anulou as quebras de sigilo pode impactar a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Rio. Isso porque os documentos enviados à Justiça se baseiam, em grande parte, no material obtido quando os sigilos foram afastados.Na prática, se o STJ reconhecer irregularidades no compartilhamento de dados do Coaf com o MP, o material recolhido pelo Coaf pode ter que ser excluído dos autos do inquérito.