Impasse entre governo e aliados atrasa socorro financeiro a pequenas empresas

A renovação do Pronampe ainda divide o governo e sua base aliada no Congresso Nacional, atrasando o socorro a micro e pequenas empresas em dificuldades por conta do agravamento da pandemia do coronavírus no país neste ano.

Enquanto os aliados querem a liberação de R$ 10 bilhões, o governo acena com R$ 5 bilhões para garantir crédito para micro e pequenos empresários.

Em sua primeira versão, lançada no ano passado, o governo destinou cerca de R$ 30 bilhões de recursos públicos para bancar empréstimos a empresas em dificuldades financeiras provocadas pela crise da pandemia do coronavírus.

O autor do projeto foi o senador Jorginho Mello (PL-SC) e assumido pelo governo Bolsonaro.

Donos de pequenos negócios sofrem com a falta de financiamento durante a pandemia

Diante do agravamento da pandemia neste ano, o governo decidiu renovar o Pronampe. Em vez de baixar uma medida provisória, decidiu dar o protagonismo para a renovação ao Congresso Nacional. Um projeto renovando o programa já foi aprovado pelo Senado e aguarda votação pela Câmara dos Deputados.

Mesmo antes da aprovação, porém, há uma disputa entre o governo e sua base em torno do novo valor a ser liberado pelo Ministério da Economia. A equipe de Paulo Guedes defende R$ 5 bilhões, podendo analisar posteriormente um acréscimo de recursos.

Já os aliados defendem que, de saída, o governo coloque R$ 10 bilhões.

"Temos pressa, muitos pequenos empresários estão enfrentando dificuldades e o ideal é que, na largada, o governo disponibilize R$ 10 bilhões para créditos a fim de socorrer quem está correndo o risco de quebrar", afirma o líder do DEM, Efraim Filho (DEM-PB).

O líder do DEM lembra que no ano passado o socorro a estes empresários, por meio do Pronampe, ficou na casa de R$ 30 bilhões.

"Liberar R$ 10 bilhões agora é menos do que no ano passado, num momento em que a crise se agravou. Vamos tentar aprovar o projeto nos próximos dias para o governo agilizar a renovação do Pronampe", acrescentou o deputado.