Dossiê e cautela por "Dia D": o que esperar do depoimento dos irmãos Miranda na CPI da Covid-19

Por Redação em 25/06/2021 às 13:31:00

Em sua nova fase de investigação, a CPI da Covid-19 será palco de dois dos depoimentos mais aguardados da comissão. Nesta sexta-feira, 25, os senadores vão ouvir o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que afirma ter sofrido uma “pressão anormal” para agilizar a compra da vacina Covaxin. A aquisição do imunizante indiano está na mira do colegiado, que apura se houve irregularidades no processo de compra. Se o grupo formado pela maioria dos parlamentares prega cautela, mas vive a expectativa por um “Dia D”, a tropa de choque governista foi municiada com um dossiê sobre a vida pregressa do deputado do DEM, agora considerado um ex-bolsonarista.

Segundo apurou a Jovem Pan, Luis Miranda passou a quinta-feira, 24, se preparando para o depoimento. Ele conta com o auxílio de oito advogados, que devem acompanhá-lo na comissão do Senado. A aliados, o deputado disse que levará e-mails e outros documentos que basearam a denúncia de corrupção que, segundo a sua versão, foi levada ao presidente Jair Bolsonaro. Em uma postagem em seu perfil oficial do Twitter, o parlamentar afirmou que “defender a coragem do meu irmão e a verdade” é a sua “missão”. “Não tem acordo”, acrescentou. Apesar da expectativa por uma oitiva tensa, a palavra de ordem no G7, bloco dos sete senadores independentes e de oposição, é cautela: o grupo sabe que os aliados do Palácio do Planalto sairão em defesa do governo e, ao mesmo tempo, quer se ater à cronologia dos fatos sem dar palco ao deputado federal.

Em minoria na comissão, os senadores governistas foram municiados com um dossiê sobre a vida pregressa de Luis Miranda. Antes de ser eleito, o deputado fazia sucesso nas redes sociais se apresentando como um empreendedor e dando dicas de como conseguir visto permanente para morar nos Estados Unidos. Eleito, em 2018, com mais de 65 mil votos e atual presidente da Frente Parlamentar Mista da Reforma Tributária, Miranda já respondeu por suspeita de corrupção, fraude, compra de votos durante a campanha eleitoral e estelionato. O Tribunal Regional Eleitoral do DF e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) rejeitaram as acusações. Na manhã da quinta-feira, 24, os parlamentares se reuniram com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, e foram informados de que a denúncia apresentada pelos irmãos a Bolsonaro foi repassada ao então ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Em sua live semanal, porém, o presidente da República disse que, quando recebeu o deputado e o servidor, não foi informado das supostas irregularidades.

Fonte: JP

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