Deputada diz que colégio agiu de forma ilegal ao afastar professora

Por Redação em 03/09/2021 às 10:53:05

Deputada federal Rosa Neide (PT) criticou o Colégio Notre Dame de Lourdes por afastar uma professora da unidade que criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante uma aula. Em entrevista ao , a parlamentar que também é educadora, enfatizou que a medida adotada contra a profissional é "ilegal e inconsequente".

"O colégio desrespeitou a lei da liberdade de cátedra, que garante o direito pedagógica do professor expor suas opiniões. Foi uma medida inconsequente e humilhante. Agora imagine, como essa profissional vai retornar as atividades e ter o respeito dos alunos?", disparou.

A professora do 3º Ano do Ensino Fundamental, um dos mais tradicionais de Cuiabá, foi suspensa por 3 dias na quarta-feira (1), após ser gravada dentro de sala de aula fazendo comentários "políticos-partidários" aos alunos e fez críticas ao governo Bolsonaro.

Na opinião da parlamentar, a escola poderia conduzir a situação de uma maneira diferente. "A mãe do aluno que não concordou deveria ter a chamado para a conversar, até mesmo o próprio colégio. Além disso, os alunos estão em um nível de escolaridade onde poderiam discordar e debater sobre o assunto", complementou.

Rosa Neide disse ainda que prestará apoio legal à professora que, segundo ela, poderá acionar a Justiça pela punição. "Já conversei com o Sindicato e nós já estamos vendo as medidas legais que podem ser adotada em relação a isso. A professora também poderá acionar a justiça se quiser. A situação também será levada para a presidente do União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Rozana Barroso. Isso é um assunto que fica feio para Mato Grosso e já está repercutindo nacionalmente", finalizou.

Ilegal

Nesta quinta-feira (2), o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Mato Grosso (Sintrae-MT) também publicou uma nota repudiando o afastamento e requerendo que o colégio suspenda a punição aplicada contra a professora.

No pedido encaminhado a uma das dirigentes do Colégio, Irmã Marluce, a presidente do Sintrae-MT, Nara Teixeira de Souza, afirma que a instituição cometeu um "massacre profissional", que segundo ela, pode ser interpretada como "proselitismo político-partidário a manifestação de oposição aos atos e políticas do governo federal".

"Tais acontecimentos e condutas omissivas são inadmissíveis em qualquer empresa, com muito mais ênfase em instituição de ensino que o tem dever de constitucional de pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho", cita trecho do pedido.

A representante também enfatizou que o colégio violou de forma "escancarada" a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). "Ante ao exposto, requer-se a V. Sª que, sem mais delonga, desagrave, de forma pública e ostensiva a professora em destaque, bem como torne sem efeito a suspensão a ela aplicada, e, ainda, que lhe preste todo apoio profissional e psicológico que se fizerem necessários".


Fonte: Gazeta Digital

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