Pantanal sofre sem enchentes desde 2020
Bruno conta que por cinco dias seguidos, duas vezes ao dia, jogaram água com caminhões-pipas contendo 15 mil litros de água, mas a ação não teve o resultado esperado. "Não fez diferença nenhuma porque a quantidade de água que evapora é maior do que a gente consegue repor", contou Campos. O servidor contou que o canibalismo é um processo natural do jacaré, mas que a situação dos animais do Pantanal piorou depois das secas de 2020 e 2021, somadas com as queimadas e a falta de enchentes no Pantanal. "As enchentes são fundamentais no Pantanal porque é a entrada de peixe nas regiões alagadas. Eles não tiveram a quantidade de comida necessária" afirmou.Bruno explicou que o grupo de trabalho não está transportando todos os jacarés, mas somente os animais que estão debilitados. "Estão sendo levados para cerca de 15 quilômetros do ponto que eles estão atualmente. Ali mesmo no Pantanal, tem o Rio Clarinho, Rio Pixaim, alguns corixos (corpos d"água). No ponto, tem mais de 500 jacarés, mas serão levados entre 100 e 200", explicou.
Ongs e órgão ambientais trabalham para reduzir danos
Resgates no Pantanal
Uma irara com as patas queimadas em um incêndio na rodovia Transpantaneira, em Poconé, no Pantanal, foi resgatada e levada para tratamento no último dia 3 de setembro. Um macaco-prego também foi retirado da mesma região, mas como estava sem ferimentos, será devolvido à natureza.A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) e o Ibama estabeleceram normas para o resgate de animais e atuação de voluntários em incêndios no Pantanal.Segundo a Sema, a atuação foi discutida em reunião no último dia 6 de setembro, foram planejadas medidas de apoio à fauna no Pantanal mato-grossense, alinharam atribuições e procedimentos a serem adotados.De acordo com o monitoramento realizado pela Sema até aquele momento, a intervenção no bioma ainda não é recomendada, visto que há riscos e impactos ambientais já conhecidos pela ciência de interferências no bioma.Para os voluntáriosOs órgãos ambientais esclarecem que a autorização para entidades que irão atuar com espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas no pantanal é de responsabilidade do Ibama, assim como o controle e gestão dos animais, de acordo com a Lei Complementar 140/2011.Ficou definido na reunião que, quando for necessário atendimento a animais fora do Pantanal, deve haver a autorização da Sema, e autorização de transporte do Ibama. No caso de transporte para fora do estado, será necessária também a aprovação prévia da organização estadual de meio ambiente de destino.Quanto ao apoio financeiro/institucional da Sema-MT para tratamento médico veterinário do animal resgatado, quando necessário, será acionada a Coordenadoria de Fauna para verificar o local de atendimento e custos.
G1