Bolsonaro defende Mendonça no STF para "pedir vistas e ficar sentado" sobre temas incômodos aos conservadores

Por Redação em 26/10/2021 às 20:21:37

Presidente também falou da importância da aprovação do nome porque quer ter alguém do STF com quem possa almoçar frequentemente Em discurso nesta terça-feira (26) na sede da igreja Assembleia de Deus de Roraima, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a indicação de André Mendonça, ex-ministro da Advocacia Geral da União (AGU), ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele argumentou pela importância da nomeação, ao dizer que, no posto, o evangélico poderia pedir vistas de um processo que discute o veto de Bíblias em escolas públicas e nunca mais devolvê-lo a julgamento.

"Nesse caso que eu falei, sobre a biblioteca ter ou não a Bíblia, ele [Mendonça] pode pedir vistas e vai ficar sentado em cima do processo a vida toda, e continua valendo a lei estadual [uma norma de Santa Catarina sobre Bíblias às escolas]", afirmou.

A indicação de Mendonça à Corte depende de aprovação do Senado. O caso espera desde julho para ser pautado pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Bolsonaro disse ainda que "tem tomado tubaína" com Mendonça há dois anos e que pediu a ele para que, no STF, "comece toda sessão com uma oração".

O presidente também defendeu a importância da aprovação do nome porque quer ter alguém do STF com quem possa almoçar frequentemente. "Que você almoce uma vez por mês comigo", disse, reproduzindo o que teria falado ao seu indicado. "Que você leve realmente [ao STF] a mensagem que todos nós queremos", completou.

Um pouco antes de defender a indicação de Mendonça, Bolsonaro exaltou o fato de ter dois ministros evangélicos em seu governo. Citou Milton Ribeiro (Educação) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Hmanos). O discurso ocorreu por ocasião da comemoração dos 106 anos da igreja Assembleia de Deus em Roraima.

Em quase 30 minutos de fala, o presidente falou da história de seus pais, entrada no Exército, migração para a política, atuação como deputado e vitoriosa campanha presidencial de 2018. No fim, atacou as iniciativas que buscam tornar a vacinação contra a covid-19 obrigatória e criticou o passaporte vacinal.

Fonte: Valor Econômico

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