G1
Presidente efetivou no cargo general Eduardo Pazuello, que ocupava interinamente, havia três meses e meio, o cargo de ministro da Saúde. Bolsonaro cumprimenta Pazuello durante a cerimônia de efetivação do ministro como titular da SaúdeMarcelo Camargo/Agência BrasilO presidente Jair Bolsonaro se referiu a si mesmo nesta quarta-feira (16) como "doutor Bolsonaro" em uma cerimônia no Palácio do Planalto na qual exibiu uma caixa de hidroxicloroquina à plateia, remédio defendido por ele como forma de tratamento, mas sem comprovação científica da eficácia contra a Covid-19.Bolsonaro discursou durante a cerimônia de posse do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, como ministro efetivo da pasta. Pazuello assumiu o ministério em 15 de maio, quando o médico Nelson Teich deixou a pasta. O salão onde foi realizado a cerimônia estava lotado. A maioria dos presentes usava máscaras.Na cerimônia, Bolsonaro se dirigiu ao presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que contraiu Covid-19, e perguntou a ele se havia tomado cloroquina. Em seguida, disse: "Prezado Davi, como o senhor não procurou o doutor Bolsonaro, você não tomou a cloroquina. Mas, com toda a certeza, você ficou preocupado com o vírus, né?"Na opinião de Bolsonaro, a administração precoce de cloroquina evitou o agravamento da doença em servidores do Planalto que contraíram o vírus."Neste prédio, aqui, aproximadamente, 200 pessoas foram acometidas pelo vírus. Não tive informação de nenhuma que foi sequer hospitalizada, porque, em grande parte, tomaram, não o 'remédio do Bolsonaro', mas o remédio que tinham", acrescentou o presidente, com uma caixa da cloroquina na mão.Eduardo Pazuello é o terceiro ministro da Saúde no governo Bolsonaro. Os antecessores dele, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, médicos, deixaram a pasta após divergências com o presidente da República justamente sobre o uso da cloroquina e sobre as medidas de isolamento social.Ao se dirigir a Pazuello nesta quarta-feira, Bolsonaro afirmou que "é menos complicado ser presidente da República do que ministro da Saúde".O presidente disse ainda que não é "palpiteiro", mas gosta de conversar com os ministros, "na maioria das vezes de forma reservada", para que eles possam se acertar. 'Pânico'Bolsonaro costuma criticar com frequência a política de isolamento social, adotada por governadores e prefeitos em razão da pandemia.A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta o isolamento como uma das formas de prevenção à disseminação do novo coronavírus.Para o presidente da República, no entanto, os governadores foram "tomados pelo pânico", causado, segundo o presidente, pela "mídia catastrófica"."Essa questão poderia ter sido tratada de forma um pouco diferente. Entendo que alguns governadores foram tomados pelo pânico, proporcionado por essa mídia catastrófica. Não é uma critica, é uma constatação", declarou.O Supremo Tribunal Federal reconheceu a autonomia de prefeitos e governadores para a adoção de medidas locais de isolamento.Relembre a trajetória de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde