Governo dos EUA oferece recompensa de US$ 625 mil para quem rastrear criptomoedas anônimas

Por Redação em 18/09/2020 às 08:26:33

Processo de licitação prevê duas fases de desenvolvimento de tecnologia, com até um ano de duração total. Criptomoeda Monero, desenvolvida para ocultar transações na rede, entrou na mira do governo dos Estados Unidos.

Divulgação

O IRS, que funciona como a "Receita Federal" dos Estados Unidos, organizou uma licitação para contratar um serviço capaz de rastrear transferências realizadas em redes de criptomoedas anônimas.

O processo de licitação, que se encerrou nesta quarta-feira (16), prevê um pagamento inicial de US$ 500 mil (cerca de R$ 2,6 milhões) por uma fase de desenvolvimento de até oito meses e outra de US$ 125 mil (cerca de R$ 650) para aprimorar a tecnologia em mais quatro meses – totalizando um ano de contrato.

Na fase inicial, o IRS prevê gastar até US$ 1 milhão com o projeto – ou seja, contratar dois "vencedores" para a fase 1.

De acordo com o edital, a divisão de cibercrimes do fisco americano está interessada em rastrear transações feitas através da criptomoeda Monero e por meio da rede Lightning, que funciona dentro do Bitcoin.

O Bitcoin, que é a criptomoeda mais popular, é notório por registrar todas as transações de forma pública na chamada cadeia de blocos ("blockchain").

Contudo, a rede Lightning, prevê a realização de transferências fora da cadeia de blocos ("off-chain"), em que só o resultado agregado dos negócios é armazenado nos blocos. Com isso, fica mais difícil traçar o caminho do dinheiro virtual.

Já a Monero, que é mais recente, foi desenvolvida para ocultar as transações individuais dos seus usuários. Por essa razão – além da facilidade de minerar com computadores comuns –, a Monero se transformou em uma das moedas preferidas dos cibercriminosos.

Estudo aponta que 4,3% de todas as moedas Monero foram mineradas por vírus

"Atualmente, há recursos investigativos limitados para rastrear transações envolvendo criptomoedas privativas como a Monero ou protocolos de rede de segunda chamada, como a Lightning Labs, ou outras transações 'off-chain' que fornecem privacidade para agentes ilícitos", diz o texto do edital.

Ainda segundo o documento, essas transações em redes da "dark net" têm facilitado crimes como roubo de identidade, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, financeiro de terroristas, tráfico sexual e prostituição infantil.

Estado autorizou primeiro 'banco' de criptomoeda

Enquanto o governo federal dos Estados Unidos investe em tecnologias para auxiliar investigações de transações com criptomoedas, o estado de Wyoming autorizou a abertura do primeiro banco de criptomoedas do país, segundo um anúncio publicado nesta quarta-feira (16).

A proposta de criação foi patrocinada pela Kraken, uma conhecida plataforma de compra e venda de criptomoedas.

Com isso, a Kraken ganhará acesso direto ao sistema de pagamentos usados pelos bancos norte-americanos. Por outro lado, o banco não terá permissão para realizar empréstimos e terá de manter uma reserva de 100% do patrimônio dos clientes.

A novidade é em parte consequência de uma autorização concedida em julho para que os bancos norte-americanos possam guardar criptomoedas para seus clientes.

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Fonte: G1

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