Bolsonaro diz que pode não conceder aumento a servidores este ano

Por Redação em 08/01/2022 às 21:50:40

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (08) que o governo pode não conceder aumento a servidores este ano. No momento em que parte das categorias se mobiliza por reajustes e que auditores da Receita Federal fazem operação padrão, o presidente disse que apela para a sensibilidade dos profissionais e que não há espaço no Orçamento.

"Primeiramente, não está garantido o reajuste para ninguém. Tem uma reserva de R$ 2 bilhões que poderia ser usada para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, além do pessoal do sistema prisional. Mas outras categorias viram isso e disseram 'eu também quero'. E veio essa onda toda", afirmou, ao participar de uma festa de aniversário do advogado-geral da União, Bruno Bianco.

A reivindicação de reajustes entre servidores se multiplicou depois que o presidente pediu que fosse incluída previsão no Orçamento para reajuste das categorias de segurança, que fazem parte da base de apoio de Bolsonaro.

O Presidente da República destacou que os servidores estão sem reajustes há três anos e que foram afetados pela Reforma da Previdência. "Eu só apelo para a sensibilidade. (...) Não tem espaço no Orçamento neste momento. Você vê a dificuldade de negociar os precatórios (em referência à PEC dos Precatórios) para poder dar o Auxílio. Agora, estamos prontos para conversar. Pode ser (que não tenha reajuste para nenhum servidor). Tudo é possível."

Bolsonaro afirmou estar ciente do aumento de preços durante a pandemia e da perda de poder aquisitivo. Ele citou itens como alimentos e energia elétrica e reforçou que se trata de uma escalada de preços em todo o mundo.

"O Brasil está indo bem, apesar dos problemas. Agora, se cada um quiser resolver o seu lado, nós podemos simplesmente explodir o Brasil e não resolver absolutamente nada", afirmou.

As declarações do presidente acontecem na mesma semana em que importadores de combustíveis enviaram uma carta ao governo alertando para o risco pontual de desabastecimento em razão da demora para liberar os produtos.

O prazo passou de um a dois dias para mais de dez dias em razão da operação padrão de auditores da Receita Federal, que cobram a regulamentação de um bônus de cerca de R$ 3 mil.

Na quinta-feira (06), o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o chamado tribunal da Receita, suspendeu parte das sessões da próxima semana por falta de quórum depois que servidores entregaram cargos como parte da campanha por salários. O Carf julga causas tributárias entre contribuintes e União.

Fonte: Valor Econômico

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