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Síndrome do esgotamento materno é um distúrbio psíquico causado pelo acúmulo de estresse, tensão emocional e de tarefas. Síndrome de Burnout atinge mães com excesso de cobrançasMato Grosso tem registrado casos da "síndrome de Burnout" –palavra da língua inglesa que pode ser traduzida como 'exaustão' – em mães que ficaram sobrecarregadas devido ao excesso de cobranças durante a maternidade.A médica psiquiatra Mariana Moura explicou que o sentimento de culpa, cansaço físico e mental, falta de apetite, insônia, irritação, agressividade, falta de interesse ou prazer em cuidar do filho, negatividade constante, podem levar à essa exaustão.A síndrome do esgotamento materno é um distúrbio psíquico causado pelo acúmulo de estresse, tensão emocional e de tarefas.“Isso pode começar logo após o parto e se desenvolver até os primeiros anos de vida da criança, que é quando demanda mais atenção da mãe. Existe muita pressão na sociedade para que as mulheres exerçam esse papel materno com perfeição e isso tem trazido cobrança das mães em relação a si mesmas e adoecimento mentais”, explicou.LEIA MAIS:Por que mulheres sofrem mais de síndrome de burnout do que homensSíndrome de Burnout pode causar exaustão extrema em mães, diz especialistaA assistente administrativa Nathália Oliveira contou que teve uma gravidez planejada e que a chegada do filho era muito esperada.“Quando ele nasceu eu tinha 32 anos, já tinha um diploma, um serviço bacana. Já tinha viajado, conhecido alguns lugares, então pensei "agora é a hora dele chegar”, contou.Segundo ela, a gestação foi tranquila e saudável, mas quando o bebê nasceu a "mágica" não aconteceu.“Nos 30 primeiros dias eu chorei todos os dias. Eu me culpava e dizia: "por que fui fazer isso comigo, por que fui engravidar?" Eram pensamentos que fugiam da minha realidade e foi muito difícil”, relembrou.Tudo isso fez com que Nathália se sentisse ainda mais culpada, até que um dia um desconhecido disse algo que fez a diferença na vida dela.“Ele me disse que não era eu que tinha que me adaptar ao meu filho e sim o meu filho se adaptar a mim, e é eu que tenho que ir o adaptando na minha rotina. O que essa pessoa disse foi uma benção na minha vida”, pontuou.Em 2016, com um filho e se formando na faculdade de jornalismo, a Tatiane Gaudêncio já se desdobrava. Desde então, a família dela também aumentou, assim como o trabalho. Agora, ela tem três filhos e uma agência de publicidade.“Acordamos cedo, arrumamos eles para irem para a escola, deixo eles na escola, volto, me arrumo, vou para o trabalho, volto para busca-los na escola no fim da tarde e então começa outra rotina em casa”, contou.Ela afirmou que recebeu muitas cobranças por causa da rotina. Tatiane disse que as pessoas a questionavam pelo tempo que ela deixava as crianças na escola, pelas saídas para alguma confraternização, entre outras cobranças.A empresária afirmou que conseguiu identificar a exaustão mental depois de um tempo e decidiu encarar o medo e pedir ajuda.“É bom ter uma rede de apoio, ter pessoas que possamos contar. Você tem que fazer o que faz sentido para você e para sua família e seguir”, pontuou.De acordo com a médica psiquiatra Mariana Moura, é muito importante as mulheres terem uma rede de apoio e contar com a ajuda do pai da criança e de outras pessoas a sua volta.“A tarefa de criar e cuidar dos filhos não tem que ser só da mulher. Você se sentir cansada ou estressada por cuidar do filho não significa que não é uma boa mãe ou que não o ama de uma forma adequada”, ressaltou.