CCEE abre licitação em busca de maior eficiência na formação de preços da energia

Por Redação em 18/05/2022 às 14:34:07

Quatro consórcios se inscreveram para realizar estudos sobre a possível formação de preços por modelo ou por oferta dos agentes A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) deu os primeiros passos para que o setor elétrico possa avaliar a forma como se calcula o preço de referência da energia.

A entidade abriu uma licitação internacional e quatro consórcios se inscreveram para realizar estudos sobre a possível formação de preços por modelo ou por oferta dos agentes. Esses estudos serão financiados com recursos do Banco Mundial.

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O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) é utilizado como referência para as liquidações financeiras de agentes com energia consumida além do que foi contratado ou por usinas que não fecharam negócios com distribuidoras ou no mercado livre. Ele é calculado por modelos matemáticos, que consideram parâmetros como vazões dos rios, geração térmica e consumo de energia.

Esses modelos utilizam como dados de entrada as previsões, para cada semana, da hidrologia, da quantidade de geração térmica e da carga de energia, bem como verificam os dados das semanas anteriores. Por causa das discrepâncias entre previsões e a apuração dos dados reais, o PLD tende a ser mais volátil, o que pode trazer impactos financeiros para quem estiver exposto a esse preço.

A ideia dos estudos, segundo explicou o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, é analisar se o setor elétrico mantém a formação de preços por meio dos modelos, executando aprimoramentos, ou se adota uma nova maneira - com as respectivas estratégias a serem utilizadas. O tema é considerado estratégico na agenda da CCEE.

"Temos que enfrentar a questão de preços por modelo frente a preços por oferta. Temos que encontrar o melhor modelo para o Brasil", disse Altieri.

A formação de preços por oferta, que é adotada em alguns países da Europa e em diversos estados nos EUA, em geral é feita da seguinte forma: geradores oferecem uma quantidade de energia para o mercado e consumidores fazem propostas de quanto estão dispostos a pagar por esse volume.

Segundo Altieri, a entidade não tem preferência sobre qual maneira deve ser adotada para a formação de preços no Brasil, mas explicou que o tema vem sendo aprimorado, a ponto de existir uma comissão permanente no Ministério de Minas e Energia (MME) para avaliar mudanças na metodologia de cálculo nos modelos matemáticos.

Além do estudo encomendado pela CCEE, duas empresas do setor estão realizando trabalhos semelhantes, no âmbito do programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Aneel.

Outro tema que a entidade busca protagonismo é na certificação do hidrogênio verde - ou hidrogênio de baixo carbono, como a CCEE prefere denominar o insumo do momento.

Altieri contou que a entidade está se mobilizando na direção da certificação do hidrogênio obtido por meio da eletrólise com uso de fontes renováveis e revelou que fez uma proposta para o comitê brasileiro do Conselho Internacional de Grandes Sistemas Elétricos (Cigré) para a emissão de um selo internacional que certifica a geração renovável do país.

A entidade foi aprovada e deve ter seu nome levado à plenária global do conselho em Paris, em agosto. De acordo com Altieri, a CCEE é a única entidade capaz de garantir com 100% de certeza que consumidores realmente estão utilizando energia renovável.

Reprodução/EDP Brasil

Fonte: Valor Econômico

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