Valor Econômico
Segundo levantamento da Unico, excesso de documentos foi motivo para 36% dos entrevistados desistirem de acessar linhas de crédito "Pessoas deixaram de realizar compras, fazer empréstimos, aderir a novos produtos em razão de processos burocráticos, sendo que há como tornar simples e confiável", explica Renato Meirelles, presidente do Instituto LocomotivaFabio Luiz Yamamoto TintoriNem cartórios, nem órgãos públicos. Os campeões em burocracia digital são os bancos e as fintechs. Essa é a percepção de 93% dos entrevistados pela pesquisa “Qual o custo de provar que você é você”, apresentada pela Unico e pelo Instituto Locomotiva durante a Febraban Tech. Os serviços financeiros lideram o topo da burocracia digital, à frente de dificuldades para a recuperação de senhas (91%) e dos serviços de cartórios e órgãos públicos (85%). O levantamento revela ainda que 85% dos entrevistados afirmam ter perdido tempo com burocracia na hora de comprovar sua identidade, e 46% já arcaram com juros por não conseguirem pagar uma conta em dia devido à ausência de documentos de identificação. Mas os impactos vão muito além de uma dor de cabeça para o usuário. Cerca de 36% dos respondentes afirmam que já deixaram de acessar produtos de crédito devido à quantidade de documentos solicitados. “Na porta, sistema já exclui três em cada dez pessoas que poderiam ser clientes. Eles vão buscar a concorrência ou mesmo deixarão de usar o banco. É uma perda para todos”, comenta Pedro Henrique Oliveira, diretor de Comunicação da Unico Para as empresas, os desafios vão das dificuldades em reter clientes à perda de receitas por processos internos ainda analógicos. "Na hora de conseguir um novo cliente, quanto mais etapas se cria, maior a chance de perder o cliente no meio do processo. Há também um outro problema, quando o usuário esquece a senha e, por algum motivo, tem o cartão bloqueado. Para desbloquear, ele precisa ir até a agência do banco ou enviar os seus documentos online. Mas às vezes ele leva dias até ele conseguir ir ao banco e nesse período o cliente deixou de usar o cartão, ou pior, passou a usar a concorrência", explica Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. O Global Index Survey, do Banco Mundial, estima que cerca de um bilhão de pessoas ao redor do mundo deixem de acessar serviços financeiros porque não conseguem provar a sua identidade. Para a instituição, o estabelecimento de sistemas integrados para identificação pode expandir o acesso de mais pessoas à economia digital e, consequentemente, aos serviços financeiros, além auxiliar empresas a cumprir requisitos de due diligence. "Essa é nossa visão de futuro, construir um mundo sem bolsos, em que seja possível sair de casa sabendo que o seu rosto é tudo o que você precisa para consumir e fazer transações", afirma Oliveira. O levantamento Unico e Locomotiva ouviu 1.561 pessoas em todo território nacional durante os meses de abril e maio, maiores de 18 anos e pertencentes às classes sociais A, B, C e D. Foram avaliadas dez situações cotidianas para mensurar a incidência e impacto da burocracia sobre a vida dos brasileiros, seja em tempo desprendido ou com gastos realizados para a comprovação de identidade. Fraude digital Para muitos, a palavra roubo ainda traz à mente apenas cenários físicos, não digitais. Não por acaso, aproximadamente 16,7 milhões de brasileiros foram lesados em golpes virtuais entre 2019 e 2021, segundo dados do SPC Brasil e Sebrae. Fraudes relacionadas ao roubo de identidade seguem como um dos principais desafios de organizações financeiras ao redor do mundo. Silencioso e, por vezes, até mesmo imperceptível, o roubo de identidade fez 42 milhões de vítimas nos EUA apenas em 2021, segundo relatório da Javelin Strategy, com impacto financeiro estimado para as vítimas de US$ 52 milhões. No Brasil, 21% dos participantes da pesquisa da Unico afirmam ter sofrido fraude financeira nos últimos 12 meses e 24% dos que possuem cartão de crédito tiveram as informações clonadas. Para o brasileiro, a solução está na tecnologia: 84% dos participantes adorariam viver sem a necessidade de decorar senhas, utilizando sistemas de identificação mais seguros. Segurança digital versus BurocraciaA biometria facial é um dos sistemas mais eficazes contra fraudes em ambientes digitais, oferecendo ao menos cinco camadas de segurançaGettyImagesA evolução tecnológica dos serviços financeiros no Brasil incluiu centenas de milhares de pessoas nos últimos anos, mas processos analógicos ainda predominam na validação de identidade e soluções de problemas cotidianos, como nos casos de desbloqueio presencial de senhas e aplicativos. Como resultado, segurança digital ainda é vista como sinônimo de burocracia. A adoção de tecnologias que simplifiquem e eliminem processos é essencial não apenas para a segurança de clientes, mas também para a geração de confiança e consolidação de marcas no mercado. "Passar segurança aos clientes é um dos problemas que o reconhecimento facial pode resolver", avalia Meirelles. A biometria facial e um dos sistemas mais eficazes contra fraudes em ambientes digitais, oferecendo ao menos cinco camadas de segurança para a validação de informações, passando por tokens, inteligência artificial e até prova de vida online - quando o usuário precisa mostrar não apenas uma selfie, mas interagir com a tecnologia realizando movimentos simples, como aproximar e afastar o rosto, para confirmar sua identidade. Para o consumidor, o uso da biometria facial oferece maior privacidade de dados, já que as instituições financeiras não recebem dados e imagens do usuário para validar cada transação, mas sim uma pontuação de probabilidade de a identidade ser verdadeira.A biometria facial analisa pontos únicos do rosto dos usuários para garantir precisão. Com essa validação, bancos e instituições financeiras garantem que o cliente é realmente quem diz ser, sem que para isso seja necessário se deslocar até uma agência ou realizar outros processos de autenticação. De forma prática, o processo de autenticação acontece com o reconhecimento de que há uma pessoa ao vivo na frente da câmera, a imagem é então capturada juntamente com outras informações do usuário, como o CPF. Na sequência, os motores biométricos cruzam os dados e a identidade é autenticada. A informação, então, é devolvida à instituição financeira com o score de autenticação final, informando se aquela pessoa é ou não a titular do dado. "Eu digo para o banco A: a pessoa que está acessando esse serviço tem 99,9% de probabilidade de ser quem diz que é", explica Oliveira. Só nos últimos 3 anos, a Unico viabilizou que mais de 38 milhões de pessoas utilizassem serviços financeiros por meio da biometria facial. O Unico Check, principal solução da empresa, está presente em quatro dos cinco maiores bancos privados do Brasil, autenticando sete identidades por segundo. Apenas no último ano, a solução evitou mais de R$ 70 bilhões em fraudes no país. Nos primeiros seis meses deste ano, foram registradas mais de 2 milhões de tentativas de fraude de identidade no Brasil. A Unico estima que evitou R$ 59 bilhões em perdas aos brasileiros em custos tangíveis e presumidos. Token biométrico no Pix Uma das soluções da Unico para melhorar a segurança dos usuários no uso do Pix é o token biométrico. A tecnologia, que já é utilizada por uma das maiores fintechs brasileiras, confirma a identidade do usuário para autorizar transferências financeiras com 99% de precisão. Com o token biométrico, processos como o cadastro de chave Pix, transações bancárias de valores altos e recuperação de acessos podem ser feitos em poucos passos pelo celular. A solução, já permitiu à Unico reduzir em quatro vezes as chances de um consumidor desistir de uma ação antes de concluí-la.