Brasil produz primeiro hidrogênio verde da América do Sul com certificação internacional

Por Redação em 21/12/2022 às 09:28:28

A primeira planta capaz de produzir hidrogênio verde (H2V) em larga escala na América do Sul está instalada em Pernambuco e é operada pela White Martins. Comprometida a garantir que a produção seja totalmente limpa, utilizando fontes renováveis para gerar a energia necessária para realizar o processo de eletrólise, a empresa cumpriu todas as etapas para ser a primeira do país a produzir hidrogênio verde certificado.

Para isso, contratou a certificadora alemã TÜV Rheinland, referência mundial no setor. Depois de um processo rigoroso de auditoria, a organização concedeu o selo "Green hydrogen certification". A planta pode receber até 1,6 MW de energia solar, que será utilizada no processo produtivo. Em resultado, pode gerar até 156 toneladas de hidrogênio verde por ano.

Esse é um passo histórico que a companhia dá para o desenvolvimento sustentável e a transição energética brasileira, aponta Gilney Bastos, presidente da White Martins e da Linde na América Latina Sul.

"A White Martins tem mais de 40 anos de experiência na produção de hidrogênio no Brasil e estamos disponibilizando ao mercado toda nossa expertise global para que o país se torne uma referência mundial na produção de hidrogênio verde", afirma – em âmbito global, a empresa produz hidrogênio há mais de cem anos.

"Nossa expectativa é que esta seja a primeira certificação de muitas que pretendemos ter em nossa região nos próximos anos. A descarbonização é uma prioridade para a companhia e estamos empenhados em desenvolver projetos que contribuam para a transição energética, em linha com nossa missão de construir um mundo mais produtivo e sustentável".

Atuação da White Martins

De acordo com um relatório da Grand View Research, o mercado global de hidrogênio verde deve alcançar US$ 60,56 bilhões até 2030, resultado de um crescimento anual de 39,5% em média ao longo de oito anos.

Nesse contexto, a White Martins, que segue metas de desenvolvimento sustentável até 2028 nas áreas de mudanças climáticas e energia limpa, saúde, segurança e meio ambiente, conformidade, pessoas e comunidade, reforça o compromisso em desenvolver e fornecer produtos, soluções e serviços que ajudam seus clientes a promover a transição energética e a descarbonização da indústria em diversos segmentos.

A White Martins representa na América do Sul a Linde, líder global em produção, processamento, armazenamento e distribuição de hidrogênio, com a maior capacidade e o maior sistema de distribuição de hidrogênio líquido. Além de operar a primeira caverna de armazenamento de hidrogênio de alta pureza do mundo, mantém globalmente, aproximadamente, mil quilômetros de redes de dutos.

A Linde já instalou mais de 200 estações de abastecimento de hidrogênio e 80 eletrolisadores de hidrogênio em todo o mundo. Seu setor de engenharia é internacionalmente reconhecido e conta com alianças e parcerias de relevo.

O que é hidrogênio verde

O hidrogênio verde é produzido por meio de um processo conhecido como eletrólise da água, que separa as moléculas de hidrogênio das de oxigênio, utilizando energia renovável. É considerado uma das alternativas mais promissoras para a descarbonização, porque pode ser utilizado por dezenas de setores, incluindo indústria e transportes.

No Brasil, de acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os setores de refino e fertilizantes, que já utilizam hidrogênio em larga escala, têm condições de migrar para a versão verde do combustível rapidamente. Para o médio prazo, também poderiam aderir os setores de siderurgia, metalurgia, cerâmica, vidro e cimento.

A White Martins investe também em outras iniciativas envolvendo hidrogênio verde, incluindo uma parceria com a Toyota do Brasil para fornecer o produto para o abastecimento do Mirai, um modelo de automóvel elétrico da montadora.

Além disso, a companhia assinou memorandos de entendimento com os governos dos estados de Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e com os complexos portuários de Pecém, no Ceará, e do Açu, no Rio de Janeiro, para a realização de estudos de viabilidade para implantação de projetos de hidrogênio verde e de amônia verde.

Fonte: Valor Econômico

Tags:   Valor
Comunicar erro
Agro Noticia 728x90