Brasil vai divulgar lista de países que importam madeira ilegal, diz Bolsonaro em reunião dos BRICS

Por Redação em 17/11/2020 às 10:57:27

O presidente Jair Bolsonaro divulgou nesta terça-feira, 17, durante discurso na Cúpula de Líderes do BRICS, a iniciativa brasileira de divulga lista de países que importam madeira ilegal proveniente da floresta amazônica. Em seus 10 minutos de discurso, o presidente abordou a questão da Amazônia e também propôs uma reformulação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e enfatizou a vontade do país de compor o Conselho de Segurança das Nações Unidas. A reunião aconteceu virtualmente com a condução do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que também é presidente de turno do BRICS. Também estavam presentes o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. O Brasil foi sede do encontro ano passado e Bolsonaro aproveitou para dizer que o país se orgulha da presidência de turno do grupo em 2019. Ele também agradeceu à Rússia por manter o grupo ativo durante a pandemia e aprofundar as iniciativas.

Entre a lista de assuntos em que o presidente listou como compromissos do Brasil, Bolsonaro citou a emissão de carbono. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), aemissão bruta de gases deefeito estufa cresceu 9,6% em 2019. "Estamos comprometidos também no tocante à emissão de carbono. É um assunto muito particular do Brasil, tendo em vista aos injustificáveis ataques que nós sofremos no tocante à nossa região Amazônica", disse o chefe do Executivo. Em seguida, Bolsonaro apresentou o projeto de mapear a madeira ilegal brasileira que é exportada. Segundo ele, a Polícia Federal desenvolveu a utilização de um isótopo estável, do tipo DNA, para permitir a localização da origem da madeira exportada e apreendida. "Então revelaremos nos próximos dias os nomes dos países que importam essa madeira ilegal através da imensidão que é a região Amazônica. Estaremos mostrando que estes países, alguns deles, que muito nos criticam, têm responsabilidade nessa questão", disse Bolsonaro. "Creio que depois dessa manifestação, essa prática diminuirá e muito nessa região."

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Pandemia do coronavírus e protagonismo da OMS

O presidente Jair Bolsonaro iniciou seu discurso falando sobre a pandemia do coronavírus que atingiu o mundo em 2020. "Estamos em perfeita sintonia [com o discurso dos outros países] e comprometidos no combate ao terrorismo e na busca de uma vacina segura e eficaz contra a Covid-19", introduziu o presidente, que informou aos colegas do grupo que o Brasil também está trabalhando para o desenvolvimento de uma vacina própria. Bolsonaro também ressaltou o discurso dos últimos meses de que a Saúde e Economia devem ser tratadas "simultaneamente" e com a "mesma responsabilidade". "Desde o início, também critiquei a politização do vírus e o pretenso monopólio do conhecimento por parte da OMS, que necessita urgentemente, sim, de reformas", afirmou. "Temos que reconhecer a realidade de que não foram os organismos internacionais que superaram desafios, mas a coordenação entre os nossos países", sugeriu o presidente. Para ele, foram as instituições nacionais e os dedicados profissionais da área médica de enfermagem e farmacêutica brasileiros que responderam aos desafios e combateram o vírus.

Além de pregar a reformulação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente também propôs a reformulação da Organização Mundial do Comércio (OMC). Bolsonaro pediu para que a Rússia e a China apoiem o Brasil, a Índia e a África do Sul como membros do Conselho de Segurança da ONU. Rússia e China, assim como osEstados Unidos,aFrança e o Reino Unido, são membros permanentes com poder de veto no órgão. Os demais dez membros são eleitos pelaAssembleia Geral da organização para mandatos de dois anos. No final, Bolsonaro defendeu a democracia e a soberania dos países, em clara referência à situação da Amazônia que iniciou a sua fala. "A crise sanitária impôs grandes desafios à estabilidade nacional. O Brasil lutará para que se estabeleça no mundo pós-pandemia um sistema internacional pautado pela liberdade, transparência e pela segurança. Para que esses princípios se concretizem, é incontornável defender a democracia e respeitar as prerrogativas soberanas dos países", finalizou.

Fonte: JP

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