A tática do Bragantino de Pedro Caixinha, vice-líder e sensação do Brasileirão

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Por Redação em 02/10/2023 às 07:03:41

Equipe subiu para o segundo lugar com vitória de virada sobre o Palmeiras e mostra jeito de jogar bem definido O treinador Pedro Caixinha pode até desconversar, mas não tem jeito: o Bragantino é uma das equipes mais sólidas do Campeonato Brasileiro até o momento.

Com a vitória de virada sobre o Palmeiras, o Massa Bruta subiu para o segundo lugar na tabela. A disputa pelo título não é o objetivo do clube, que em sua terceira temporada na Série A busca consolidar um projeto de longo prazo: ser um clube formador de jogadores com um estilo característico de jogar.

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Técnico Pedro Caixinha, do Bragantino

Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

É no desempenho que o time se destaca. O modelo de jogo é uma derivação da ideia que Antonio Carlos Zago implementou na subida para a primeira divisão em 2019 e que Felipe Conceição, Maurício Barbieri e agora Caixinha deram continuidade. É como se fosse uma receita de bolo, com cada treinador adicionando temperos e novos ingredientes.

O estilo pode ser resumido em três pilares:

Construção no campo do adversário, com pontas abrindo o campo

Chegada ao ataque em superioridade numérica

Defesa em linha alta e com bastante pressão no adversário

Bragantino x Palmeiras - Melhores Momentos

Vindo de trabalhos no México e na Argentina, o treinador português segue o modelo e acrescenta uma grande flexibilidade de posições para aproveitar o potencial de Aderlan e a mobilidade de Sasha, artilheiro no nacional com sete gols.

O estilo mais pausado de Barbieri deu lugar a um jogo mais direto, e chama a atenção que os dois Leonardos tem na defesa: Realpe e Ortiz pegam a bolam e conduzem até o ataque com confiança e assistências.

Vamos ver como o time joga:

Construção com saída de três e Aderlan como meia

O time se desenha num 3-2-5 para iniciar as jogadas: Realpe e Ortiz fazem a saída de três com mais um jogador, os dois pontas abrem bem o campo e Jadsom se manda para o ataque, ocupando a mesma faixa de Sasha e Lucas Evangelista.

O que mais chama a atenção é o papel de Aderlan: ele vira um segundo volante junto com Matheus Nascimento nessa fase das jogadas. Com isso, ele abre o corredor para Helinho receber bolas em condições de drible e permite que Realpe avance bastante pelo setor.

Saída de três do Bragantino, com Aderlan como meia: destaque do time

Reprodução

Aos 35 anos, Aderlan faz o mesmo movimento de Rafinha no São Paulo, Filipe Luís no Flamengo e que foi iniciado por Lahm lá no Bayern: laterais com mais experiência e posse no meio, para dar cobertura e permitir que o time circule a bola sem perdê-la.

Chegada com superioridade na linha de defesa do rival

Após construir, o Braga chega ao ataque. Ok, mas a questão é: como? A ideia de Caixinha é ter muitos jogadores nos cangote da linha defensiva do rival. Como a maioria dos times defende com uma linha de quatro, o Braga ataca com cinco chegando. E novamente, a importância de Aderlan ao chegar de surpresa e somar junto ao quarteto ofensivo.

Chegada do Bragantino: mais jogadores que a defesa do rival

Reprodução

Boa parte do sucesso do time está em manter a forma de bolo que você acabou de ler, mas variar bastante nas posições de quem ocupa o campo. Se Aderlan resolve abrir o campo, Helinho se movimenta pra dentro. Se Jadsom abre pelo lado, o inverso acontece. Perceba como o jogo posicional não tem nada a ver com estar estático, mas sim como manter uma intenção no jogo.

Um exemplo claro é Eduardo Sasha: extremamente móvel, ele jamais fica fixo entre os zagueiros. Tem total autorização para sair da área e buscar a bola. Quando ele faz isso, um espaço fica vazio. Quem ocupa? Mora aí o segredo: qualquer um. Mobilidade e intenção para desorganizar o rival.

No lance abaixo, é Juninho Capixaba, o lateral, que dá uma de atacante e chega na área. A intenção é sempre chegar com muitos, causar desconforto ao rival. As peças mudam, mas a intenção é a mesma.

Sasha: sai da área e dá mobilidade ao ataque

Reprodução

Forte pressão na bola

Outra característica da equipe é pressionar de forma intensa as jogadas dos rivais. O Bragantino se defende num 4-2-4, com o cinturão da frente se deslocando para pegar os zagueiros e volantes do adversário. Avança, sufoca, vai marcando até obrigar a bola a voltar para trás.

Jadsom e Matheus precisam sair lá de trás e cobrem os jogadores que escapam dessa pressão. É o que acontece aqui, com Matheus saindo já para caçar e impedir que o circulado na imagem recebe. Quando isso acontece, a linha de defesa anda junto. Como nada no mundo é perfeito, o Bragantino ainda peca demais nesse movimento - o contra-ataque que abriu o placar para o Palmeiras veio assim.

Pressão alta do Bragantino em 4-2-4

Reprodução

Todos esses pontos são vistos nos jogos menores e nos maiores. Esse time jogou bem contra o Flamengo, Grêmio e virou um jogo contra o Palmeiras. Deu trabalho para o Botafogo em julho, e tem uma tabela que sugere que o G-4 veio para ficar.

Fruto da combinação que costuma dar muito certo: defina um estilo de jogo, contrate os jogadores que casem com o modelo e treinadores que possam dar continuidade a essa forma. Pronto: só esperar os frutos virem como estão chegando para o Massa Bruta no Brasileirão de 2023.

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Fonte: Globo Esporte/G1

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