Globo Esporte/G1
Time criou poucas chances claras e fez uma 2ª etapa muito desorganizada defensivamente Pouquíssima variação de lado nos ataques, exposição em transições defensivas desorganizadas, leitura pobre do cenário tático para controlar as ações no 2º tempo. O Brasil cometeu muitos pecados táticos e técnicos no empate em 1x1 com a Venezuela. Natural pela pouca minutagem sob os novos conceitos implementados na equipe, mas de inegável efeito negativo para a sequência do trabalho.Não será em três jogos, ainda mais com poucas sessões de treinos entre eles, que a seleção vai incorporar aquilo que Fernando Diniz busca em suas equipes. Resultados positivos podem dar mais tranquilidade neste processo, principalmente no atual contexto histórico que a seleção brasileira vive.EscalaçõesFernando Diniz confirmou a equipe com Vini Jr na ponta-esquerda e Rodrygo a partir do lado direito, a única diferença do time nas duas primeiras rodadas. Já Fernando Batista escalou uma Venezuela com quatro atacantes de origem. Machís e Samuel Sosa pelos lados. Córdova e Rondón no centro do ataque. Soteldo ficou no banco. Makoun foi a novidade na lateral-esquerda.Como Brasil e Venezuela começaram o jogo válido pela 3ª rodada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa de 2026Rodrigo CoutinhoO jogoA exemplo de três dos últimos quatro jogos do Brasil contra a Venezuela, a Seleção passou em branco na 1ª etapa. Novamente estruturada em duas linhas de quatro bem compactas, marcando por zona, dentro do próprio campo, os visitantes negaram o acesso a sua grande área, gerando dificuldades para o time de Diniz produzir.O Brasil teve como lado prefencial o esquerdo. Em virtude da característica de Rodrygo, que faz mais flutuações pelo campo em comparação a Vinícius Jr, a reunião de jogadores em torno da bola acontecia neste setor. Neymar e Bruno Guimarães se uniam aos dois pontas e a Guilherme Arana. Richarlison ficava entre os zagueiros, e Casemiro dava um suporte junto aos zagueiros por trás.O camisa 5 e Neymar foram os jogadores que mais conseguiram dar verticalidade ao jogo do Brasil. Rodrygo, recebendo entre a linha de defesa e de meio da Venezuela, também foi agressivo. Já Vini Jr encontrou problemas para ser regular. Errou algumas jogadas incomuns a sua qualidade. Perdeu duelos com a marcação dobrada.Danilo, que buscava dar amplitude ao time pela direita na maioria ds vezes, passou grande parte do tempo isolado no setor. Foram poucos os ataques de aproximação por lá. O lateral/zagueiro da Juventus saiu lesionado para a entrada de Yan Couto, e na reta final da 1ª etapa o jovem jogador contou mais vezes com a aproximação de Rodrygo.Vini Jr e Rodrygo juntos pelo lado esquerdo. Uma tônica da primeira etapa.ADRIANO MACHADO / ReutersO Brasil até conseguiu volume, algumas boas jogadas de linha de fundo, cruzamentos perigosos, mas a zaga venezuelana esteve muito bem posicionada para cortar. A seleção visitante tentou alguns contragolpes com Machís e Sosa pelos flancos. Córdova e Rondón correndo por dentro. Mas chegou de forma esporádica, sem tanta regularidade ou contundência.As finalizações de maior perigo do Brasil ocorreram de fora da área. Neymar, Casemiro e Rodrygo fizeram o goleiro Romo trabalhar um pouco. Fernando Batista sacou Córdova e Herrera no intervalo. O volante já tinha cartão amarelo e foi substituído por Casséres Jr, um parceiro de posição. Já Savarino entrou na ponta-direita. Samuel Sosa formou uma trinca de meio com Casséres e Tomás Rincón.A Seleção conseguiu criar o escanteio do gol em uma das poucas jogadas que o time teve espaço perto da área. A total carga pelo lado esquerdo se repetiu, e só não foi totalmente igual a do 1º tempo pelas incursões de Yan Couto pela direita, muito mais agudo que Danilo nesses movimentos.Gabriel Magalhães e Neymar comemoram em Brasil x Venezuela, pelas eliminatóriasREUTERS/Adriano MachadoO Brasil teve pouco controle das ações depois de abrir o placar. Ficou espaçado entre os setores. Fez transições defensivas desorganizadas. Gabriel Jesus, que entrou no lugar de Richarlison, tentou equilibrar as coisas com muita dedicação sem a bola, mas faltava algo mais estruturado.Gabriel Magalhães, autor do gol, se destacava também na área defensiva com alguns cortes providenciais, mas não conseguiu se antecipar a Bello no merecido gol de empate dos venezuelanos. Destaque negativo para a passividade de Gérson na marcação na origem da jogada. Ele e André entraram nervosos, sem conseguir oferecer o equilíbrio que a equipe precisava.Neymar caiu muito fisicamente ao longo da 2ª etapa e isso afetou a precisão técnica dele em diversos lances que poderia ter finalizado melhor, seja na direção do gol ou encontrando algum companheiro. Rodrygo seguiu o mesmo bom nível do 1º tempo, mas a pouca variação de lado nas jogadas seguiu até o fim e tornou o ataque brasileiro muito previsível perto da área.