O desequilíbrio foi a marca do Brasil no empate com a Venezuela

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Por Redação em 12/10/2023 às 23:53:49

Time criou poucas chances claras e fez uma 2ª etapa muito desorganizada defensivamente Pouquíssima variação de lado nos ataques, exposição em transições defensivas desorganizadas, leitura pobre do cenário tático para controlar as ações no 2º tempo. O Brasil cometeu muitos pecados táticos e técnicos no empate em 1x1 com a Venezuela. Natural pela pouca minutagem sob os novos conceitos implementados na equipe, mas de inegável efeito negativo para a sequência do trabalho.

Não será em três jogos, ainda mais com poucas sessões de treinos entre eles, que a seleção vai incorporar aquilo que Fernando Diniz busca em suas equipes. Resultados positivos podem dar mais tranquilidade neste processo, principalmente no atual contexto histórico que a seleção brasileira vive.

Escalações

Fernando Diniz confirmou a equipe com Vini Jr na ponta-esquerda e Rodrygo a partir do lado direito, a única diferença do time nas duas primeiras rodadas. Já Fernando Batista escalou uma Venezuela com quatro atacantes de origem. Machís e Samuel Sosa pelos lados. Córdova e Rondón no centro do ataque. Soteldo ficou no banco. Makoun foi a novidade na lateral-esquerda.

Como Brasil e Venezuela começaram o jogo válido pela 3ª rodada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa de 2026

Rodrigo Coutinho

O jogo

A exemplo de três dos últimos quatro jogos do Brasil contra a Venezuela, a Seleção passou em branco na 1ª etapa. Novamente estruturada em duas linhas de quatro bem compactas, marcando por zona, dentro do próprio campo, os visitantes negaram o acesso a sua grande área, gerando dificuldades para o time de Diniz produzir.

O Brasil teve como lado prefencial o esquerdo. Em virtude da característica de Rodrygo, que faz mais flutuações pelo campo em comparação a Vinícius Jr, a reunião de jogadores em torno da bola acontecia neste setor. Neymar e Bruno Guimarães se uniam aos dois pontas e a Guilherme Arana. Richarlison ficava entre os zagueiros, e Casemiro dava um suporte junto aos zagueiros por trás.

O camisa 5 e Neymar foram os jogadores que mais conseguiram dar verticalidade ao jogo do Brasil. Rodrygo, recebendo entre a linha de defesa e de meio da Venezuela, também foi agressivo. Já Vini Jr encontrou problemas para ser regular. Errou algumas jogadas incomuns a sua qualidade. Perdeu duelos com a marcação dobrada.

Danilo, que buscava dar amplitude ao time pela direita na maioria ds vezes, passou grande parte do tempo isolado no setor. Foram poucos os ataques de aproximação por lá. O lateral/zagueiro da Juventus saiu lesionado para a entrada de Yan Couto, e na reta final da 1ª etapa o jovem jogador contou mais vezes com a aproximação de Rodrygo.

Vini Jr e Rodrygo juntos pelo lado esquerdo. Uma tônica da primeira etapa.

ADRIANO MACHADO / Reuters

O Brasil até conseguiu volume, algumas boas jogadas de linha de fundo, cruzamentos perigosos, mas a zaga venezuelana esteve muito bem posicionada para cortar. A seleção visitante tentou alguns contragolpes com Machís e Sosa pelos flancos. Córdova e Rondón correndo por dentro. Mas chegou de forma esporádica, sem tanta regularidade ou contundência.

As finalizações de maior perigo do Brasil ocorreram de fora da área. Neymar, Casemiro e Rodrygo fizeram o goleiro Romo trabalhar um pouco. Fernando Batista sacou Córdova e Herrera no intervalo. O volante já tinha cartão amarelo e foi substituído por Casséres Jr, um parceiro de posição. Já Savarino entrou na ponta-direita. Samuel Sosa formou uma trinca de meio com Casséres e Tomás Rincón.

A Seleção conseguiu criar o escanteio do gol em uma das poucas jogadas que o time teve espaço perto da área. A total carga pelo lado esquerdo se repetiu, e só não foi totalmente igual a do 1º tempo pelas incursões de Yan Couto pela direita, muito mais agudo que Danilo nesses movimentos.

Gabriel Magalhães e Neymar comemoram em Brasil x Venezuela, pelas eliminatórias

REUTERS/Adriano Machado

O Brasil teve pouco controle das ações depois de abrir o placar. Ficou espaçado entre os setores. Fez transições defensivas desorganizadas. Gabriel Jesus, que entrou no lugar de Richarlison, tentou equilibrar as coisas com muita dedicação sem a bola, mas faltava algo mais estruturado.

Gabriel Magalhães, autor do gol, se destacava também na área defensiva com alguns cortes providenciais, mas não conseguiu se antecipar a Bello no merecido gol de empate dos venezuelanos. Destaque negativo para a passividade de Gérson na marcação na origem da jogada. Ele e André entraram nervosos, sem conseguir oferecer o equilíbrio que a equipe precisava.

Neymar caiu muito fisicamente ao longo da 2ª etapa e isso afetou a precisão técnica dele em diversos lances que poderia ter finalizado melhor, seja na direção do gol ou encontrando algum companheiro. Rodrygo seguiu o mesmo bom nível do 1º tempo, mas a pouca variação de lado nas jogadas seguiu até o fim e tornou o ataque brasileiro muito previsível perto da área.

Fonte: Globo Esporte/G1

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