Morte do ex-jogador Daniel completa cinco anos; júri popular é aguardado para o início de 2024

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Por Redação em 27/10/2023 às 03:12:13

Daniel Corrêa Freitas foi morto e teve órgão genital decapitado em outubro de 2018, na Região Metropolitana de Curitiba. Edison Brittes confessou o crime e outros seis também vão a julgamento A morte do jogador Daniel Corrêa Freitas, ex-São Paulo, Botafogo e Coritiba, completa cinco anos nesta sexta-feira. O caso vai a júri popular, mas ainda não tem data para o julgamento. A expectativa é de ocorra no início de 2024.

Hora 1 mostra imagens exclusivas e reveladoras do caso Daniel, jogador morto no Paraná

Daniel, então com 24 anos, jogava no São Bento e foi encontrado parcialmente decapitado e com o pênis decepado, em 27 de outubro de 2018, perto de uma estrada rural na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais (SJP), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Edison Brittes Júnior, conheido como Juninho Riqueza, é réu confesso e está preso preventivamente na Casa de Custódia de SJP. Ele é acusado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de adolescente e coações no curso do processo.

Juninho Riqueza confessou o crime, alegou que o jogador tentou estuprar a esposa e inocentou os demais. A versão de estupro foi descartada ao longo das investigações feitas pela Polícia Civil e Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ele se encontra detido desde novembro de 2018.

Outro que segue preso é Eduardo da Silva, acusado de participar da agressão, decapitação, morte e ocultação do corpo contra Daniel. Silva chegou a ser solto em 2019, com base na Lei de Abuso de Autoridade, mas retornou ao presídio ao ser detido em flagrante por roubo com arma de fogo, em 2020.

As outras quatro pessoas acusadas estão soltas, com restrições, e irão a júri popular junto com Edison Brittes e Eduardo da Silva. Essa decisão da juíza Luciani Martins de Paula aconteceu em 28 de fevereiro de 2020.

O caso está em fase final no Supremo Tribunal Federal (STF), com todos os recursos dos acusados sendo negados. A tendência é de que haja uma data para o julgamento no começo do ano que vem. O processo ocorre na 1ª Vara Criminal de SJP e terminará no Tribunal do Júri de SJP.

São cinco longos anos de angústia e sofrimento. A família se uniu muito, pois é um sofrimento sem fim. Esperamos uma condenação exemplar dos criminosos que tiraram a vida do Daniel de forma brutal.

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O que a família espera

Os familiares de Daniel optaram por não falar do caso, algo que fica a cargo do advogado Nilton Ribeiro, responsável desde o início do crime.

De acordo com ele, a expectativa é de que Edison Brittes receba, no mínimo, 30 anos de detenção. Os demais variam de quatro a 20 anos de prisão.

A estratégia da acusação é trabalhar com a verdade. Eles vão pagar caro por isso. A (reação, alegação da defesa) é um equívoco muito grande, porque não cabe diminuir a pena por 'violenta emoção'. O Edison fez tudo com requintes de crueldade contra um menino franzino, desprotegido. Foi uma verdadeira barbárie.

Pensão

Nilton Ribeiro, advogado da família Daniel

Reprodução/RPC

A pedido da família de Daniel, a Justiça determinou em outubro de 2019 que Edison Brittes pagasse uma pensão mensal de R$ 5 mil à filha do jogador, agora com seis anos. O autor do crime, contudo, não pagou nenhuma parcela.

Por conta da dívida, em 2020, Edison teve o carro Veloster e o terreno da casa da família Brittes bloqueados. Esse processo, contudo, está suspenso até a realização do júri, por determinação judicial.

Família Brittes muda de advogado

Elias Mattar Assad, advogado da família Brittes no caso Daniel

Reprodução/Instagram

Em março deste ano, o advogado Claudio Dalledone Junior deixou a defesa de Edison Brittes por "motivo de foro íntimo". O escritório Elias Mattar Assad assumiu o cliente, assim como o restante da família.

- Nós dividimos os trabalhos de defesa. Eu fiquei com a do Edison, a Thaise (filha) responde pela Allana, e Louise (filha) assumiu da Cris. É o mesmo escritório, mas com focos diferentes. Nós vamos fazer de forma bem estudada para que nada deixe de ser abordado de forma técnica - afirmou Elias Mattar Assad, ao ge.

Os acusados

Edison Brittes Júnior

Edison Luiz Brittes Júnior é suspeito de assassinar o jogador Daniel

Reprodução/RPC

Quem é? Autor do crime

Acusações: homicídio triplamente qualificado: (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação do cadáver; fraude processual, corrupção de menor; coação do curso do processo

Pena: 18 anos e 3 meses a 43 anos

Preso desde novembro de 2018, Edison Brittes começou na Casa de Custódia de Araucária e foi transferido para a Penitenciária de Piraquara. Durante a estadia em Piraquara II, ele alegou maus-tratos, como ficar isolado por 60 dias sem motivação, receber comida azeda, ficar sem água potável e banho de sol, além de ter o colchão molhado.

No ano passado, o réu confesso enviou cartas aos familiares para pedir "socorro". Ele acusou os agentes penitenciários de ser torturado, isolado e tirado de visita.

Daqui a pouco, eles me matam e falam que me matei.

A defesa já chegou a pedir a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, mas foi negada diversas vezes. A última foi durante a pandemia Covid-19.

No mês passado, com os novos advogados, Juninho Riqueza tentou a revogação da prisão preventiva e disse que estar preso há quase cinco anos "não seria razoável". O pedido foi indeferido. Por outro lado, a defesa conseguiu a liberação de visitas para Edison tanto da esposa Cristiana quanto da filha Allana.

- O tribunal do júri é o tribunal das misérias humanas. Esse caso tem o acusado Edison, que não agiu e sim reagiu a todo um desrespeito a uma intimidade da família, do lar. Houve uma invasão (do quarto do casal), isso está bem nítido. Ele (Daniel) ainda quis dar vazão com esse ato de desrespeito como um verdadeiro troféu (fotos tiradas na cama de Cristiana). A reação, proporcional ou não, o júri vai apreciar. Não podemos santificar a vítima e demonizar o acusado - avaliou Assad.

Nós esperamos proporcionalidade para que não sejamos injustos de julgar uma causa. A gente vai pedir pedir que o júri seja prudente na análise dessa tragédia.

Cristiana Rodrigues Brittes

Cristiana e Allana Brittes em evento familiar

Reprodução/Instagram

Quem é? Esposa de Edison Brittes

Acusações: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver, fraude processual; corrupção de menor

Pena: 17 anos e 3 meses a 40 anos

Cristiana alegou ter sido abusada por Daniel e ficou presa por 10 meses, mas saiu com uso de tornozeleira eletrônica e diversas restrições, as mesmas da filha Allana. A Justiça chegou a tirá-la da acusação de homicídio em fevereiro de 2020, mas a decisão foi revogada em maio de 2021.

Nas redes sociais, Cristiana tem quase 30 mil seguidores e trabalha com a venda de produtos de aromaterapia e óleos essenciais.

Allana Emilly Brittes

Allana Brittes tem quase 70 mil seguidores nas redes sociais

Reprodução/Instagram

Quem é? Filha de Edison Brittes

Acusações: fraude processual; corrupção de menor; coação do curso do processo

Pena: 5 anos e 3 meses a 22 anos

Allana chegou a ser presa e foi solta em agosto de 2019, nove meses depois do crime. Ela ficou proibida de acesso ou frequência a bares e casas noturnas, assim como se ausentar de Curitiba e RMC, além de ficar imepdida de manter contato com testemunhas e demais partes do processo.

No momento, Allana tem 69,3 mil seguidores nas redes sociais. Ela se considera "figura pública" e possui uma loja virtual para vender produtos não originais.

A filha de Edison chegou a esboçar a criação de uma ONG, mas no perfil só mostra três ações sociais, entre o fim de 2020 e o começo de 2021. Ela faz faculdade de Direito na Unisenai de SJP, tem o sonho de ser advogada criminal e, recentemente, comemorou em um publicação por ter participado de uma simulação de júri.

David Willian Vollero Silva

David Willian é preso em 2018

Giuliano Gomes/PR Press

Quem é? Ex-namorado de Allana

Acusações: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver, fraude processual; corrupção de menor

Pena: 17 anos e 3 meses a 40 anos

David tinha 18 anos, era jogador e atuou como meio-campista do sub-17 do Paraná Clube. A rescisão aconteceu antes do crime. No dia do assassinato, ele contou ter conversado com Daniel sobre futebol durante a festa.

David esteve no carro e foi com Edson, Ygor King e Eduardo da Silva até o local onde o atleta foi morto, mas não viu o momento em que Daniel foi morto. Ele conhecia Allana desde 2012 por estudar na mesma escola e mantinha um relacionamento amoroso com ela.

O ge aguarda a resposta da defesa, representada por Rodrigo Faucz, e atualizará a reportagem em caso de posicionamento.

Eduardo Henrique Ribeiro da Silva

Eduardo Henrique Ribeiro da Silva é preso em Foz do Iguaçu

Reprodução/RPC

Quem é? Primo de Cristiana Brittes

Acusações: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver, fraude processual; corrupção de menor

Pena: 17 anos e 3 meses a 40 anos

Eduardo estava em liberdade provisória desde novembro de 2019, mas foi preso em flagrante em Foz do Iguaçu por roubo com arma de fogo, em dezembro de 2020. Ele descumpriu as medidas cautelares, as mesmas impostas aos demais.

Antes, em março de 2019, ele foi detido em um carnaval de rua em Guaratuba, no litoral do Paraná, por ter brigado e resistido à prisão - na ocasião, Eduardo assinou Termo Circunstanciado (TC) e acabou liberado.

Atualmente, Eduardo está preso na Penitenciária de Foz do Iguaçu. A defesa dele "aguarda a oportunidade de esclarecer os fatos".

Ygor King

Ygor King e David Silva, acusados no caso Daniel

Reprodução/RPC

Quem é? Amigo de Allana

Acusações: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima); ocultação de cadáver, fraude processual; corrupção de menor

Pena: 17 anos e 3 meses a 40 anos

Ygor King chegou a ser preso, mas conseguiu liberdade provisória no começo de 2019. Quando estava detido, ele enviou uma carta à irmã e disse que "foi covarde, teve medo e não soube o que fazer" no dia do assassinato do jogador.

O jovem estava no carro que levou Daniel para ser morto e abandonado. King tinha o sonho de ser advogado, alegou na época que não participou de nada e "que estava no lugar errado e na hora errada".

O ge aguarda a resposta da defesa, representada por Rodrigo Faucz, e atualizará a reportagem em caso de posicionamento.

Evellyn Brisola Perusso

Evellyn Perusso foi a única a não ser presa no caso

Reprodução/Instagram

Quem é? "Ficante" de Daniel no dia do crime

Acusação: fraude processual; corrupção de menor; coação do curso do processo

Pena: 5 anos e 3 meses a 22 anos

Evellyn respondia por fraude processual, mas fez um acordo com a Justiça para encerrar o processo. Para isso, se comprometeu a prestar 270 horas de serviços comunitários, a não se encontrar com testemunhas ou acusados no processo e a não deixar a cidade por mais de oito dias sem autorização judicial.

A jovem foi a única dos sete réus que não chegou a ser presa após o crime. Contudo, em agosto de 2020, ela foi detida por outro crime no período: suspeita de tráfico de drogas. Ela tinha 3 kg de maconha dentro da bolsa, segundo a Polícia Civil. Evellyn cumpriu a pena em prisão domiciliar e anulou o acordo anterior.

A defesa dela afirmou que a réu é "inocente" e que tem "convicção de que os jurados irão absolvê-la quando compreenderem os fatos".

Carreira de Daniel

Daniel foi encontrado morto em outubro de 2018

Divulgação/Coritiba

Natural de Juiz de Fora, em Minas Gerais, Daniel iniciou nas categorias de base do Cruzeiro, entre 2019 e 2013. No último ano, ele se transferiu para o Botafogo e estreou profissionalmente no Brasileirão.

Em 2014, ele atuou em 28 partidas e foi titular em 17 delas, entre Libertadores, Copa do Brasil, Série A e estadual. Daniel fez cinco gols e três assistências.

Na temporada seguinte, o meia assinou por quatro anos com o São Paulo. No ano de estreia, ele fez só dois jogos pelo Brasileiro, vindo do banco de reservas. Já em 2016, foram 14 partidas.

Sem espaço, Daniel passou a ser emprestado pelo Tricolor. Em 2017, ele jogou apenas seis vezes pelo Coritiba. Depois, no outro ano, atuou 10 vezes pela Ponte Preta e outras duas no São Bento.

A última vez que Daniel esteve em campo foi em 25 de agosto de 2018, na derrota do são Bento por 1 a 0 para o Avaí, no estádio Walter Ribeiro.

O caso

Daniel tira fotos na cama, ao lado de Cristiana Brittes

Reprodução

Edison Brittes é acusado de ter matado o jogador Daniel, em 27 de outubro de 2018, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O corpo do jogador foi encontrado parcialmente decapitado e com o órgão sexual mutilado, perto de uma estrada rural na Colônia Mergulhão.

O crime aconteceu depois de uma festa de aniversário da filha de Edison, Allana Brites. A comemoração começou em uma boate da capital paranaense. Depois, continuou na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais.

De acordo com o inquérito da polícia, Daniel foi agredido e morto após ter sido flagrado por Edison Brittes, que assumiu a autoria, deitado na cama de Cristiana. Antes do crime, Daniel enviou a um amigo mensagens e fotos deitado ao lado de Cristiana enquanto a esposa de Edison Brittes dormia.

O jogador então foi espancado ainda na casa da família Brittes, levado no porta-mala do carro e assassinado. Um morador encontrou o corpo dias depois.

Nesse período, os envolvidos limparam a casa e chegaram a se encontrar em um shopping para combinar uma versão do acontecimento. Edison e Allana Brittes ainda entraram em contato com a família do jogador para acobertar o crime.

Linha do tempo

Daniel chegou a Curitiba às 21h30 de 26 de outubro, uma sexta-feira. Ele deixou as malas na casa de um amigo, tomou um banho e seguiu para a primeira festa da noite.

Depois, por volta da meia-noite, os dois foram para o aniversário de 18 anos de Allana, em outra casa noturna da capital paranaense. Eles tinham convites para o aniversário de Allana, que foram entregues pelo pai dela.

Às 5h40 da manhã de sábado, 27 de outubro, o amigo de Daniel foi embora. Então, o jogador disse que ia para a casa de Allana, onde a festa continuaria.

Às 6h36, Daniel mandou uma mensagem avisando o amigo que já estava na casa da aniversariante, em São José dos Pinhais.

Segundo uma testemunha que está sendo protegida pela Justiça, os convidados ficaram bebendo e ouvindo música.

A primeira pessoa a ir dormir foi Cristiana. Depois, outras pessoas também se recolheram. Ficaram na festa: Daniel, Edison Júnior e outras oito pessoas.

Às 8h07 da manhã de sábado, Daniel começou a mandar mensagens para outro amigo. O jogador contou que estava na festa na casa de uma menina e que várias pessoas estavam dormindo. O amigo perguntou se ele estava bêbado, e Daniel respondeu com uma mensagem de áudio, dizendo que não muito.

Além disso, Daniel disse que, na casa, havia uma "coroa", que ia ter relações sexuais com ela – que era mãe da aniversariante. Ele ainda contou e que o pai, Edison Júnior, estava junto.

O amigo, então, alertou Daniel para o perigo de ser expulso da casa. Daniel mandou uma foto ao lado de Cristiana, que parecia estar dormindo. Novamente, o amigo alertou Daniel que ele poderia apanhar do marido de Cristiana.

Às 8h34, Daniel mandou mais uma foto ao lado de Cristiana e disse ao amigo que teve relação sexual com ela. No minuto seguinte, Daniel mandou a última mensagem: "O que aparecer amanhã é nóis". O amigo perguntou o que Daniel quis dizer, mas não recebeu respostas.

O corpo do jogador foi encontrado pela polícia duas horas depois, às 10h30 de sábado, em um matagal, com mutilações e sinais de tortura. Mas não havia identificação da vítima.

Em depoimento à polícia, um amigo de Daniel disse que ele e mais dois amigos criaram um grupo de mensagens no qual postavam fotos das mulheres que conquistavam. Geralmente, a foto era tirada no momento em que a mulher estava dormindo.

De acordo com a Polícia Civil, o órgão genital de Daniel foi cortado. O Instituto Médico-Legal (IML) apontou ferimento por arma branca como causa preliminar da morte.

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Fonte: Globo Esporte/G1

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