Cinco lições que o Fortaleza deve aprender após o vice na Sul-Americana

Por nova competição internacional em 2024, Laion vira chave para o Campeonato Brasileiro Passada a Sul-Americana, o Fortaleza precisa seguir. Pela frente, tem o Campeonato Brasileiro com dez rodadas e objetivos a serem alcançados. E apesar do que alguns podem pensar, o vice-campeonato da Sula não deve ser considerado como uma campanha fracassada. Há erros a serem corrigidos e vitórias a serem exaltadas. Mas acima de tudo, há lições que o Tricolor deve aprender. O ge listou cinco delas.

Vojvoda, Fortaleza, torcida

Mateus Lotif/FEC

1) O vice não quer dizer erro no planejamento

Há que se ponderar, como primeira lição, que planejamentos nem sempre dão certo. A assertiva tem sua dose de obviedade, mas é preciso deixar claro para aqueles que ainda não digeriram a derrota nos pênaltis para a LDU. Clubes traçam, anualmente, planejamentos para alcançarem títulos, quebrarem recordes e faturarem muito. Infelizmente, não há espaço para mais de um no alto do pódio.

E apesar do vice-campeonato, sofrido da forma que foi, o que fez o Fortaleza na Sul-Americana mostra um planejamento muito bem feito. O Leão esteve em todas as competições possíveis na temporada. Disputou Cearense, Nordestão, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana e Brasileirão. E ainda assim, chegou até uma decisão internacional.

Com um poderio financeiro menor do que outras grandes potências do futebol brasileiro (apesar do bom momento pessoal), traçou metas sóbrias para cada um dos torneios e, chegar à decisão da Sula mostra que, sim, o planejamento foi bem feito. A taça não veio, mas o saldo da competição é mais do que positivo.

O Fortaleza deixou equipes tradicionais pelo caminho, como Libertad e Corinthians, e chegou onde nunca antes nenhum nordestino chegou (no formato atual da competição, já que o CSA foi finalista da Copa Conmebol em 1999). E fazer o que ninguém nunca antes fez já é motivo de comemoração.

2) Bons projetos devem ser mantidos

Se o vice-campeonato não implica em fracasso no planejamento, significa que o projeto Fortaleza foi bem elaborado. Tem sido bem elaborado, na verdade. Desde que assumiu, em 2017, Marcelo Paz tem mostrado por que é o melhor presidente da história do clube.

Acompanhe a linha do tempo. Nos últimos anos, o Tricolor do Pici deixou a Série C (2017) após oito anos. Foi campeão da Série B do Brasileiro (2018) logo na sequência. Chegou a uma competição internacional pela primeira vez na própria história, a Sul-Americana em 2020. Encerrou o Brasileirão de 2021 com um inédito G-4. No mesmo ano, alcançou a, também inédita, semifinal da Copa do Brasil.

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Foi à Libertadores pela primeira vez em 2022. E repetiu o feito em 2023. Chegou a uma final de torneio internacional também pela primeira vez na história com a Sula em 2023. Por fim, está indo para o sexto ano seguido na Série A, sendo a maior marca já alcançada por um time nordestino no formato dos pontos corridos.

Os resultados de um bom projeto mostram crescimento. E nisso, o Fortaleza tem acertado em cheio.

Fortaleza, Colo-Colo, Libertadores, mosaico

Fortaleza EC

3) A torcida vai aonde o clube está

Pode parecer "chover no molhado", mas a torcida do Fortaleza mostrou que vai aonde o clube está. Desde que começou a participar de competições internacionais em 2020, na própria Sul-Americana quando foi eliminado pelo Independiente, o movimento da massa tricolor foi de "invadir" os países em que o Laion iria jogar. E assim foi feito pelos jogos das Libertadores de 2022, de 2023, até a final da Sul-Americana neste mesmo 2023.

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Apesar de a logística não ser das melhores, a final em Punta del Leste contou com mais de oito mil tricolores viajando ao Uruguai. De avião, de ônibus e até de moto! O torcedor não mediu esforços em momento algum para apoiar o time do coração. O resultado? Uma bela festa no jogo mais importante da história do time cearense.

Torcida do Fortaleza invade Punta para a final da Sul-Americana

4) Correr atrás na Série A será importante

Antes de embarcar para a Sul-Americana, o Fortaleza fez dois jogos pela Série A em com time considerado alternativo e acabou perdendo os compromissos. A justificativa era de poupar o time para ter força máxima na final da Sul-Americana. Compreensível, diga-se.

No entanto, os pontos não conquistados com as duas derrotas fizeram o Laion cair na tabela de classificação e o time precisa se recuperar. Se antes o Tricolor poderia ter alcançado o G-4, agora ocupa a nona posição, estacionado nos 42 pontos. O objetivo é claro: o Fortaleza quer uma vaga novamente em uma competição internacional novamente.

A maratona de jogos, no entanto, não será fácil. Quatro partidas em um intervalo de 12 dias. E com muitos desfalques no elenco tricolor.

1/11: Atlético-MG x Fortaleza

5/11: Fortaleza x Flamengo

8/11: Athletico-PR x Fortaleza

12/11: Cuiabá x Fortaleza

5) "A história continua.... Voltaremos."

A mensagem postada pelo clube nas redes sociais mostra que o Fortaleza aprendeu a maior lição de todas com o vice da Sul-Americana. O Laion aprendeu o caminho até a final de uma competição internacional. De forma resumida, se chegou uma vez, pode chegar novamente.

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Tinga, após a partida, falou que o clube agora precisa focar na Série A por uma nova vaga em competição internacional em 2024. O Leão, outrora voando raso, sem tantas aspirações, descobriu o mundo dos torneios internacionais e não parece querer outra vida agora. O time cearense (que tem um jogo a menos no Brasileiro, já que a partida contra o Botafogo foi adiada e só será no fim de novembro) tem 22% de chances de alcançar o G-6 da Série A por uma vaga na Libertadores de 2024.