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Brasil passa a presidência do colegiado para a China, rival dos EUA, na quarta-feira. Membros do Conselho de Segurança da ONU durante reunião sobre o conflito entre Israel e HamasDavid 'Dee' Delgado/ReutersA iminente passagem de bastão do Brasil para a China na presidência do Conselho de Segurança da ONU pode impulsionar potências a costurarem uma última resolução, com texto possível, sobre o conflito em Gaza.A avaliação foi feita ao blog e à GloboNews por uma fonte graduada da diplomacia brasileira, diretamente envolvida na negociação.A análise leva em conta três fatores: A evidente escalada de violência do conflito, e do tom de chefes de delegações árabes; o fato de que o Brasil é um país considerado neutro e bem posicionado no debate internacional e; principalmente a chegada, na quarta-feira, da China, rival dos Estados Unidos no palco geopolítico, à presidência do colegiado.A conta que está sendo feita é a de que os americanos podem ter interesse em impulsionar um texto "possível" ainda sob a presidência do Brasil do que correr o risco de ver o confronto se agravar, e ter de agir sob a presidência chinesa, dando à diplomacia de Xi maior protagonismo global.Por isso, uma intrincada costura deslanchou: Israel e EUA não aceitam qualquer menção a cessar-fogo ou sinônimos, como pausa humanitária, no texto --até agora."O corredor que nós temos de ação é muito estreito, mas ele ainda existe", avalia a fonte do blog. A busca por termos que garantam auxílio humanitário e a saída de reféns e de cidadãos estrangeiros da zona de conflito é que está se desenrolando agora. O chanceler Mauro Vieira já desembarcou em Nova York, o que sinaliza o tamanho desse último esforço diplomático.