Com 1 milhão de hectares, replantio de soja bate recorde em Mato Grosso

Por Redação em 21/01/2024 às 11:35:04

A Agroconsult iniciou, neste mês, as visitas a campo do Rally da Safra, expedição que percorre as principais áreas produtoras do país analisando a condição das lavouras de soja. Os trabalhos começaram no último dia 12, com os técnicos percorrendo o oeste do Mato Grosso e a região da BR 163, em áreas de soja precoce.

Em Mato Grosso, maior produtor nacional, o clima adverso provocou o replantio de 1 milhão de hectares, ou 8,5% da área esperada para a safra 2023/24.

Segundo a consultoria, o baixo volume de chuvas, aliado às altas temperaturas em outubro e dezembro do ano passado, acarretou perdas de estande e abortamento de vagens, afetando seriamente as lavouras mais precoces. O clima favoreceu também a incidência de pragas.

"As lavouras que estão sendo colhidas agora são as piores e as mais afetadas pela seca. As áreas com variedades de ciclo médio e tardio, apesar de também terem sofrido, apresentam melhores condições, pois receberam chuvas após a segunda quinzena de dezembro", diz, em nota, André Debastiani, coordenador do Rally da Safra.

Segundo ele, o receio agora recai sobre o possível excesso de chuvas durante a colheita no Estado nas próximas semanas", diz.

Mato Grosso tem uma produtividade média, estimada pela Agroconsult – antes do ínicio do Rally da Safra – em 52,5 sacas por hectare, abaixo das 63,8 sacas por hectare na safra passada.

Em Goiás, o sudoeste do Estado tem um cenário semelhante ao de Mato Grosso em termos de clima. "O início da colheita na região confirma resultados abaixo da expectativa dos produtores, com 56 sacas por hectare, versus 65,5 sacas por hectare na temporada 2022/23.

Em Mato Grosso do Sul, agora é a vez da região norte do Estado apresentar quebras, diferente do que aconteceu na safra 2021/22, quando o Sul do estado puxou a produtividade média para baixo. A produtividade estimada é de 59 sacas por hectare (64 na safra passada). Em Minas Gerais, a queda na produção, por enquanto, é menor devido ao plantio mais tardio. A estimativa pré-rally é de 59 sacas por hectare (65,3 sacas em 2022/23).

Matopiba

Na Bahia, a consultoria diz que o quadro é crítico e tem o maior percentual de replantio do país, com 15%. O clima irregular com altas temperaturas em novembro e dezembro prejudicou as lavouras, com as chuvas normalizando apenas em janeiro. No Estado, a produtividade média pré-rally é projetada em 58,5 sacas por hectare (67 na temporada passada).

No Maranhão, Piauí e Tocantins, o retorno das chuvas em janeiro favoreceu o bom desenvolvimento das lavouras, mas, em função do calendário de plantio mais tardio, ainda necessita de chuvas para garantir produtividade estimada em 54,8 sacas por hectare nos três estados juntos (61,2 na safra anterior).

Soja no Sul

Técnicos do Rally avaliam também, neste mês, o oeste do Paraná. Ao contrário de outras regiões, o Paraná registrou o melhor início de safra da história, com chuvas nas regiões oeste e norte que permitiram um bom avanço do plantio e desenvolvimento inicial das lavouras.

Já no sudeste e sudoeste já há queda de potencial pelo excesso de chuvas, baixa luminosidade e alta presença de doenças. A produtividade pré-rally é estimada em 60 sacas por hectare (66 na safra passada).

No Rio Grande do Sul, o ritmo de semeadura ficou abaixo da média em função do excesso de chuvas e solo encharcado. Algumas regiões semearam com muita umidade no solo, ocasionando irregularidade no estande.

Com as chuvas acima da média nos meses de novembro e dezembro, as lavouras se desenvolvem de forma satisfatória até o momento, embora com porte mais baixo e menor enraizamento.

A Agroconsult pede atenção à região sul do Estado, que pode passar por um período de veranico nas próximas semanas. A projeção é de 55,5 sacas por hectare (36,9 no ciclo passado).

Fonte: Globo Rural

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