44% dos brasileiros desaprovam atuação de Sergio Moro na Lava Jato, e 40% aprovam, diz Quaest

Por Redação em 03/03/2024 às 13:41:56

Dez anos após o inĂ­cio da Lava Jato, 44% dos brasileiros declaram que desaprovam o trabalho do ex-juiz e atual senador Sergio Moro na condução da operação, segundo pesquisa da consultoria Quaest.

O levantamento ouviu 2 mil pessoas presencialmente entre os dias 25 e 27 de fevereiro, em 120 cidades e foi encomendado pela Genial Investimentos. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nĂ­vel de confiança é de 95%

Ainda sobre a atuação de Moro, 40% afirmaram aprovar o trabalho do polĂ­tico, enquanto 3% disseram que não aprovam nem desaprovam.

A maior taxa de aprovação do ex-juiz estĂĄ entre o pĂșblico masculino: 46% dos entrevistados disseram aprovar, contra 45% que desaprovam. Entre as mulheres, apenas 35% aprovam o trabalho de Moro, contra 44% que desaprovam.

A aprovação também varia entre as diferentes faixas etĂĄrias. De acordo com a pesquisa, os mais jovens aceitam mais o trabalho de Moro do que os mais velhos.

Entre pessoas de 16 a 34 anos:

43% aprovam;

5% nem aprovam nem desaprovam;

38% desaprovam;

15% não sabem ou não responderam.

Entre pessoas de 35 a 59 anos:

42% aprovam;

3% nem aprovam nem desaprovam;

46% desaprovam;

9% não sabem ou não responderam.

Entre pessoas de 60 anos ou mais:

31% aprovam;

3% nem aprovam nem desaprovam;

52% desaprovam;

15% não sabem ou não responderam.

A Lava Jato teve inĂ­cio em março de 2014 e, desde o começo, Sergio Moro - que é especializado em crimes financeiros - ficou responsĂĄvel pelo julgamento em primeira instância dos crimes identificados pela operação. Ele era o juiz titular da 13ÂȘ Vara Federal de Curitiba.

No decorrer da operação, Moro condenou dezenas de polĂ­ticos e empresĂĄrios, como o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque.

Mas foi a condenação de Luiz InĂĄcio Lula da Silva a mais famosa durante o processo. Moro o condenou, em primeira instância, por corrupção no caso do triplex de GuarujĂĄ. Depois, em abril de 2018, quando Lula foi condenado também em segunda instância, foi o ex-juiz quem determinou sua prisão.

Durante o processo, Moro se envolveu em diversas polĂȘmicas por conta dos embates com a defesa de Lula, foi questionado sobre sua imparcialidade para julgar o então ex-presidente, além de divulgar interceptações telefônicas entre Lula e Dilma Rousseff e trechos de delações premiadas.

No fim de 2018, logo após as eleições presidenciais, Moro aceitou o convite do então presidente Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça. Ele permaneceu no cargo até abril de 2020, quando pediu exoneração alegando interferĂȘncia polĂ­tica de Bolsonaro.

A Lava Jato foi até fevereiro de 2021, quando cinco dos 15 integrantes da força-tarefa passaram a integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), dando continuidade aos trabalhos da operação até outubro daquele ano.

Os outros dez membros foram designados para atuação em casos especĂ­ficos ou de forma eventual também até outubro de 2021, mas sem integrar o Gaeco e sem dedicação exclusiva ao caso.

Também em fevereiro, o ministro Luiz Edson Fachin, relator de casos que tramitaram no Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou um balanço com dados das ações da operação na primeira instância e no STF.

Segundo o levantamento, ao longo da Lava Jato, o STF realizou 221 mandados de busca e apreensão, 12 prisões preventivas, duas prisões temporĂĄrias, 29 denĂșncias, 102 acusados e quatro condenações.

A força-tarefa do ParanĂĄ somou 1.450 mandados de busca e apreensão, 132 prisões preventivas, 163 prisões temporĂĄrias, 130 denĂșncias, 533 acusados e 278 condenações. Os dados não detalharam de quais partidos eram os condenados.

Em 2023, a Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou que faltou imparcialidade ao juiz e aos promotores envolvidos na Lava Jato. A conclusão foi publicada em um relatório sobre ações do governo brasileiro para combater a corrupção.

Fonte: G1

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