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Equipe econômica quer acabar com o Perse, programa criado na pandemia. No entanto, ministro da Fazenda se comprometeu a elaborar outras medidas, e enviá-las como projeto de lei. Ministro Fernando Haddad em entrevista à imprensa, em 28 de dezembro de 2023REUTERS/Adriano MachadoO ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (5) que o governo vai elaborar um novo programa para o setor de eventos, por meio de projeto de lei. Segundo Haddad, a proposta, que será encaminhada com urgência constitucional, substituirá o atual Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), o qual o governo pretende acabar por meio de medida provisória. A declaração foi dada após uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças da casa."A MP 1202 [que extingue o Perse] vai ficar como está, com aquela supressão que foi feita a pedido do presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco. E nós vamos encaminhar um projeto em relação a municípios e ao Perse com a discussão que foi feita junto aos líderes, que fizeram várias sugestões para enxugar aquilo que eles próprios reconheceram como um completo descontrole do programa", declarou Haddad.Entenda o PerseHaddad diz que há indícios de irregularidades no PerseO Perse foi criado no início da pandemia de Covid-19 para beneficiar o setor cultural. Entre as medidas previstas no programa estão a concessão de benefícios fiscais, e a possibilidade de renegociação de dívidas com descontos para empresas desta área.Em maio do ano passado, o programa foi prorrogado pelo Congresso até 2026. No entanto, em dezembro, o governo editou uma medida provisória que impõe limites ao Perse, gerando insatisfação entre parlamentares. Segundo o ministro da Fazenda, o novo projeto de ajuda ao setor de eventos será focado nos segmentos que ainda demandam cuidados. Haddad explicou que algumas empresas que estão usufruindo do benefício fiscal não operavam durante a pandemia. Por isso, não são "merecedoras"."Lembrando que das 11 mil empresas do Perse, o faturamento em 2019, portanto pré-pandemia, foi de R$ 146 bilhões. O faturamento em 2020, que foi o pico da pandemia, foi de R$ 101 bilhões. E o faturamento em 2022 já foi de R$ 200 bilhões de reais. Portanto nós já estamos em franca recuperação", acrescentou Haddad.Autor do projeto prevê 'filtros'O autor da lei que criou o Perse, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), também disse que houve acordo com o governo para elaborar um novo projeto que redesenha a medida."Foi pactuado por unanimidade entre todos os líderes presentes, o presidente da Câmara e o próprio ministro Haddad que será enviado um projeto de lei com urgência constitucional para, em várias mãos, o Perse ser redesenhado", disse.De acordo com Carreras, o novo texto deverá ter "filtros" e "travas" para mitigar fraudes. O deputado afirmou, ainda, que ficou claro para Haddad durante o encontro que a proposta original do governo não "ia prosperar"."Isso foi bastante assimilado pelo ministro e pelo presidente da Câmara. Através do bom senso político, vai ser enviado um outro texto", disse.Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que o novo projeto deve ser enviado até a próxima semana. Segundo ele, também será enviada uma proposta para discutir a reoneração da folha de pagamento de municípios. O tema havia sido incluído pelo governo no texto da medida provisória que trata do Perse e da desoneração de 17 setores da economia.Segundo Guimarães, o objetivo é aprovar o novo texto que trata dos incentivos ao setor de eventos até o fim de março. As medidas que impõem limites ao Perse, editadas na MP de dezembro, entrarão em vigor em abril.