A ação ocorreu durante a Operação Cattus, que também cumpriu 7 mandados de busca e apreensão. A ação ocorreu durante a Operação Cattus, que também cumpriu 7 mandados de busca e apreensão.
Polícia Civil
Quatro pessoas foram presas suspeitas de integrar uma organização criminosa envolvida em furto de energia em Mato Grosso. A ação ocorreu durante a Operação Cattus, que também cumpriu sete mandados de busca e apreensão, nesta segunda-feira (24), em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
Segundo a Polícia Civil, um dos investigados, junto com outros quatro comparsas, se juntaram para fazer a adulteração de medidores de energia elétrica em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Para isso, contaram com apoio e participação de funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços à Energisa, concessionária de energia elétrica do estado.
A investigação revelou os responsáveis pela operacionalização da fraude e também que quatro pessoas se associaram para adulterar medidores e furtar energia elétrica, entre elas está um estabelecimento comercial que também é alvo da operação.
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Investigações
Os indícios reunidos no inquérito policial mostram que três investigados são sócios em empresa que presta serviços elétricos, sendo os responsáveis pela adulteração dos medidores e instalação nas residências de pessoas interessadas na utilização do mecanismo fraudado. Um dos investigados, também integrante da associação criminosa, é responsável pela recrutação de clientes interessados na fraude e fornecimento de software para operar a adulteração de medidores.
O suspeito, que trabalhava em uma empresa terceirizada que presta serviços à Energisa, era o responsável pela venda de lacres que garantem a segurança do medidor de energia e a troca de medidores. Ele também fornecia material como uniformes, botinas e lacres com a identificação da concessionária.
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Além da adulteração dos medidos, os investigados ainda explicavam como a pessoa interessada devia proceder, dizendo para o cliente ligar na concessionária e solicitar um pedido aleatório. Com o protocolo do pedido, ele entrava em contato com outro investigado, que por sua vez acionava um funcionário da concessionária em Cuiabá, que gerava uma ordem de serviço para a troca de medidor compatível com o processo de adulteração, recebendo a quantia R$ 300 por medidor trocado.
Material apreendido durante a operação
Polícia Civil
Simulação de fiscalizações
Em outra frente criminosa, um dos investigados simulava fiscalizações da concessionária, forçando os clientes da Energisa que usavam medidores fraudados a pagar valores para não serem autuados.
A investigação apontou que após realizarem a fraude em medidores, eles criavam outra situação, simulando a fiscalização para lucrar tanto na adulteração quanto na suposta fiscalização. O suspeito vendeu a um dos comparsas um pacote com cem lacres de medidores pelo valor de R$ 400 e, com os lacres em mãos, dois investigados manipulavam os equipamentos para implantar a central dentro dos medidores, fazendo o lacre e deslacre sem gerar problemas aos donos das unidades consumidoras.
A equipe apurou ainda que o responsável em fornecer o programa de computador para adulteração dos medidores de energia disse aos comparsas que estava operando um novo mecanismo de adulteração, por leitura em cabo óptico. Apenas usando o computador, ele conseguiria fazer as adulterações e cobrava de R$ 800 a R$ 1 mil por adulteração, conforme o modelo do medidor.
O suspeito disse que conseguiu o software com uma pessoa em Cuiabá e que para operar o programa eram necessários apenas um desktop com capacidade de memória de três terabytes, pelo qual conseguia adulterar qualquer medidor com leitura óptica ou medidores digitais.
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'Clientes'
A investigação identificou que três pessoas, entre elas o dono de um lava jato, se beneficiaram do esquema criminoso de fraude de energia.
Informações reunidas no inquérito mostram que em fevereiro de 2022, dois investigados fizeram uma tratativa sobre o dono de um lava jato que estava interessado em fraudar o medidor de energia do estabelecimento. A indicação do estabelecimento foi feita por outra pessoa que já tinha se beneficiado da adulteração do medidor de energia elétrica.
Em março de 2022, um dos investigados que operava o esquema entrou em contato com um provável cliente interessado na adulteração do medidor de energia da residência. O responsável pelo esquema explicou ao 'cliente' a melhor forma de adulteração, com a técnica conhecida como bastão.