ONM 2

Ministro do STF pede manifestação da PGR sobre caso Silvio Almeida

Por Redação em 14/09/2024 às 17:56:12

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, pediu manifestação da Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) sobre a competĂȘncia da Corte para analisar as denĂșncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.

Na semana passada, Lula demitiu Almeida, "considerando a natureza das acusações" e por julgar "insustentĂĄvel a manutenção do ministro no cargo".

Na Ășltima quinta-feira (12), a PolĂ­cia Federal (PF) enviou ao STF um relatório preliminar da investigação aberta para apurar o caso. André Mendonça foi sorteado como relator e, nesta sexta-feira (13), encaminhou o processo para manifestação da PGR.

Como as acusações tratam do perĂ­odo no qual o ex-ministro tinha foro privilegiado, a PF pede que o STF defina se a questão deve ser analisada pela Corte ou por instâncias inferiores da Justiça. O processo estĂĄ em sigilo de justiça, como de costume em ocorrĂȘncias envolvendo denĂșncias de violĂȘncia sexual, e não hĂĄ prazo para decisão do ministro André Mendonça.

As denĂșncias contra Silvio Almeida foram tornadas pĂșblicas pelo portal de notĂ­cias Metrópoles na quinta-feira (5) e confirmadas pela organização Me Too, que atua na proteção de mulheres vĂ­timas de violĂȘncia. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente pelo então ministro.

Importunação

Entre as vĂ­timas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Apontada como alvo de importunação sexual, a ministra ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso, mas divulgou uma nota nas redes sociais pedindo respeito à sua privacidade e afirmando ser inaceitĂĄvel relativizar ou diminuir episódios de violĂȘncia e abuso sexual.

Na terça-feira (10), a PF ouviu uma das mulheres. O depoimento é mantido em sigilo. A Comissão de Ética PĂșblica da PresidĂȘncia da RepĂșblica também abriu procedimento preliminar para apurar o caso.

ResponsĂĄvel por investigar irregularidades trabalhistas, o Ministério PĂșblico do Trabalho (MPT) também instaurou um inquérito civil para apurar as recentes denĂșncias. Segundo o órgão, a Procuradoria Regional do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (PRT-10) recebeu uma denĂșncia anônima contra Silvio Almeida depois do caso noticiado pelo Metrópoles. A partir da denĂșncia anônima e do noticiĂĄrio, um procurador do Trabalho decidiu instaurar um inquérito de ofĂ­cio, ou seja, independentemente de ter sido provocado por uma parte interessada. A medida, por si só, significa que o procurador concluiu ser necessĂĄrio o MPT apurar os fatos.

Defesa

Advogado, professor universitĂĄrio e por muitos considerado referĂȘncia no debate sobre as relações raciais e o racismo na estruturação nacional, Silvio Almeida nega as acusações. Em uma primeira nota divulgada na noite de quinta-feira (5), o ainda ministro chegou a se referir às acusações como "mentiras" e "ilações absurdas", alegando que lhes faltavam materialidade, ou seja, indĂ­cios objetivos da existĂȘncia de crime.

Na sexta-feira (6), a defesa do ex-ministro informou que acionou a Justiça Federal para obter explicações da organização Me Too. Para o lugar de Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o presidente Lula nomeou a deputada estadual mineira Macaé Evaristo.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

Comunicar erro
Agro Noticia 728x90