A PolĂcia Federal concluiu um inquérito que resultou no indiciamento dos senadores Renan Calheiros e Eduardo Braga, ambos do MDB, além do ex-senador Romero JucĂĄ. Eles são investigados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. As suspeitas surgiram a partir de ações realizadas no Congresso Nacional, onde teriam favorecido a empresa Hypermarcas, atualmente conhecida como Hypera Pharma, em troca de pagamentos ilĂcitos. A origem da investigação remonta a um acordo de colaboração premiada firmado por um ex-executivo da Hypermarcas, que foi homologado em 2020. Nelson Mello, que ocupava o cargo de diretor de relações institucionais da empresa, revelou que foram pagos R$ 30 milhões a lobistas, que teriam a função de repassar esses valores aos parlamentares envolvidos.
Os advogados de Eduardo Braga e Romero JucĂĄ refutaram as acusações, argumentando que as alegações se baseiam em delações que carecem de provas concretas. O advogado de Braga disse que "HĂĄ evidĂȘncias clarĂssimas de que o parlamentar não teve contato com o delator, que, além de mudar sua versão quatro anos depois, baseia suas declarações em mero 'ouvir dizer'. Não tenho dĂșvida de que inquérito serĂĄ arquivado. Triste, porém, é ver mais um episódio de vazamento ilegal."
A defesa de JucĂĄ, em particular, destacou que o inquérito busca criminalizar prĂĄticas polĂticas legĂtimas, mencionando que a empresa fez doações regulares para campanhas eleitorais. "Lamentavelmente, esse inquérito nada mais é que uma tentativa de criminalizar a polĂtica, pois é da natureza da função parlamentar a conexão com setores da sociedade, com empresĂĄrios e grupos econômicos", disse . "A defesa de Romero JucĂĄ confia na sua inocĂȘncia e repudia as perniciosas palavras do delator que, sem nenhum crédito e despidas de qualquer indĂcio, tenta criminalizar o brilhante legado que o ex-senador deixou na polĂtica brasileira"
JĂĄ a empresa disse em nota que "reforça que finalizou em 2020 apurações internas sobre irregularidades ocorridas entre 2013 e 2015. O assunto foi concluĂdo mediante a celebração de acordo de leniĂȘncia em 2022."
A defesa de Calheiros ainda não se manifestou.
Fonte: JP