Em live com Boulos, Lula apela por apoio ao candidato do PSOL e critica mandatos de diretores nas agências reguladoras 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo aos eleitores de São Paulo, solicitando apoio ao deputado federal Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura da cidade pelo PSOL. "Temos uma semana para trabalhar. É importante conversar com quem tem dúvida, quem acha que Boulos vai invadir a casa deles. É importante ouvir a verdade sobre Boulos; ele é da maior seriedade", afirmou Lula, durante uma transmissão ao vivo. O mandatário ressaltou a relevância de Boulos como uma "grande novidade política" e garantiu que, caso seja eleito, seus projetos receberão a devida atenção em Brasília. Boulos, por sua vez, criticou o atual prefeito, Ricardo Nunes, do MDB, que, segundo ele, parece acreditar que a vitória já está garantida. "Eleição se decide nos últimos dias, e eu vou estar na rua sem parar. Tenho muita confiança que vamos conseguir", disse.

Lula também abordou a necessidade de dialogar com aqueles que ainda têm incertezas sobre Boulos, defendendo a seriedade e a capacidade do candidato. O presidente acredita que é fundamental esclarecer as propostas e intenções de Boulos para conquistar a confiança do eleitorado. Lula e Boulos participariam de uma carreata neste sábado (19) na capital paulista, mas o evento por cancelado devido às condições climáticas. A caminhada deveria ter acontecido pela manhã no bairro do Grajaú.

O presidente Lula aproveitou a live para criticar o fato de as agências reguladoras do país terem diretores com mandatos fixos que não coincidem com o da presidência da República. "Toda essa gente foi indicada pelo governo passado, eles têm mandato. É importante saber. Eu tomei posse de 1º de janeiro de 2023, e quem está nas agências é gente indicada pelo governo passado. Inclusive o presidente do Banco Central"explicou o mandatário. "Agora é que eu vou começar a mudar gente da agência para poder colocar gente comprometida com o povo. Eu nem conheço as pessoas, esse é o dado concreto", concluiu.

Essa pratica de manutenção da presidência das agências reguladoras acontece para que o presidente não possa trocar todo o comando das agências assim que assume o Palácio do Planalto. Além do Banco Central, como citado pelo presidente, a medida também vale para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por exemplo. A crítica vem após uma semana turbulenta em São Paulo, em que vários moradores ficaram dias sem energia por causa do apagão da sexta-feira (11). Lula atribuiu a culpa a diversas instâncias de fiscalização, incluindo o prefeito Ricardo Nunes e a Aneel.

"Aqui em São Paulo não foi um problema da natureza. Choveu, choveu, choveu, mas se as árvores estivessem cortadas, se a empresa Enel tivesse sido responsável e tivesse feito do jeito que ia fazer. Se a empresa fiscalizadora de São Paulo tivesse fiscalizado, se a agência nacional tivesse fiscalizado", disse. Neste sábado, após a chuva da capital paulista, mais de 100 mil pessoas chegaram a ficar sem luz mais uma vez.