No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,52%, cotada a R$ 5,7638. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,55%, aos 126.225 pontos. Mulher segura notas de dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (7), com investidores na expectativa pela divulgação do payroll, o mais importante relatório de empregos dos Estados Unidos.
Um mercado de trabalho mais aquecido pode contribuir para o aumento da inflação, porque coloca dinheiro nas mãos da população e impacta a demanda por produtos e serviços. Neste cenário, os juros nos EUA podem se manter elevados por mais tempo ou voltar a subir, o que fortalece o dólar.
No Brasil, a agenda econômica está vazia neste pregão e o destaque fica com a repercussão de uma entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O ministro disse à rádio Cidade, nesta sexta, que o Banco Central do Brasil (BC) não pode "jogar o país em uma recessão" com a condução da política monetária.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic, taxa básica de juros, em 1 ponto percentual, levando-a ao patamar de 13,25% ao ano. A decisão já era amplamente esperada pelo mercado por conta do aumento da inflação no país.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 10h, o dólar subia 0,14%, cotado a R$ 5,7718. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,52%, cotada a R$ 5,7638.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,26% na semana e no mês;
recuo de 6,73% no ano.
a
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,55%, aos 126.225 pontos.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 0,07% na semana e no mês;
ganho de 4,94% no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques no noticiário desta quinta-feira (6), os investidores focaram na divulgação de novos dados econômicos dos EUA e nos fluxos de investimentos nos mercados globais, com as moedas de países emergentes ganhando força.
Entre os indicadores, informações do Departamento do Trabalho dos EUA divulgadas hoje mostraram que os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram em 11 mil na última semana, totalizando 219 mil solicitações.
O resultado é consistente com a desaceleração gradual das condições do mercado de trabalho norte-americano e deve ser considerado pelo Federal Reserve (Fed) para determinar os próximos passos dos juros. A principal expectativa, no entanto, é pelo relatório de emprego (payroll) que será divulgado amanhã.
Além disso, as recentes declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, continuam a repercutir no mercado. Na véspera, o republicano afirmou que o país assumirá o controle da Faixa de Gaza, sugerindo que os palestinos da região deveriam ser realocados.
As declarações, feitas ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, geraram fortes críticas da comunidade internacional e forçaram a Casa Branca a se posicionar.
Em entrevista a jornalistas, a porta-voz do governo, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente não se comprometeu a enviar tropas para a Faixa de Gaza, destacando que a realocação seria "temporária".
Ela também disse que os EUA precisam se envolver na reconstrução de Gaza "para garantir a estabilidade na região", mas que "não vão pagar" por ela.
As falas reavivaram os temores de uma guerra generalizada no Oriente Médio, o que, além da catástrofe humanitária, poderia gerar problemas econômicos, dada a importância da região na produção e distribuição de petróleo.
Ainda nos EUA, também pesa no mercado a preocupação sobre uma possível guerra comercial entre o país e a China, após o gigante asiático responder à imposição de tarifas por parte de Trump na véspera.