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Casa Branca confirma tarifa de 25% sobre aço e alumínio a partir desta quarta; medida impacta o Brasil

Por Redação em 11/03/2025 às 21:33:10

A Casa Branca confirmou no início da noite de hoje que começará a aplicar, a partir da meia-noite desta quarta-feira (12), tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio no país.

"Uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, sem exceções ou isenções, entrará em vigor para o Canadá e todos os nossos outros parceiros comerciais à meia-noite do dia 12 de março", disse Kush Desai, porta-voz da Casa Branca, em comunicado.

A medida, que irá atingir em cheio o setor de siderurgia de países como Canadá, Brasil e México, faz parte de uma das principais promessas de campanha de Trump: a taxação de produtos estrangeiros para priorizar a indústria norte-americana.

Em fevereiro, quando assinou o decreto, o republicano afirmou que os EUA "precisam que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras".

"Nossas tarifas sobre aço e alumínio, para que todos possam entender exatamente, são de 25%, sem exceções. E isso vale para todos os países, não importa de onde venha", acrescentou.

Na ocasião, Trump também mencionou que as empresas têm a opção de estabelecer filiais e levar a produção para dentro dos EUA, o que lhes garantiria tarifa zero.

Ao todo, cerca de 25% do aço usado nos EUA é importado, segundo o Departamento do Comércio do país. A maior parte é proveniente do Canadá, seguido pelo Brasil e pelo México. Além disso, metade do alumínio utilizado no país também é importado, principalmente do Canadá.

Essa não é a primeira vez que Trump aplica taxas sobre aço e alumínio importados nos EUA. Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, ele criou tarifas e outras restrições para a importação desses produtos, mas todas foram posteriormente retiradas.

Veja a retrospectiva das tarifas no primeiro mandato:

Em março de 2018, os EUA impuseram uma taxa de 25% sobre todas as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio;

O governo americano decidiu excluir Canadá e México, dois dos maiores fornecedores dos EUA, dessas tarifas e permitiu que outros países solicitassem inclusão em uma lista de exceção;

O Brasil fez o pedido e foi aprovado. Os EUA criaram um esquema de cotas para as exportações brasileiras;

O esquema de cotas permitia que produtos de aço ou alumínio semiacabados (usados como insumos para outras produções) fossem exportados até atingir um volume equivalente à média das exportações de 2015 a 2017;

Para os produtos acabados, o limite de exportação era 30% menor que a média das exportações do mesmo período;

Em agosto de 2018, as regras para a compra de aço foram flexibilizadas, permitindo que empresas americanas comprassem matéria-prima brasileira se comprovassem falta de oferta do produto nos EUA;

Em dezembro de 2019, Trump acusou o Brasil de desvalorizar o real para estimular a compra de produtos brasileiros e prometeu reinstaurar as taxas de 25% e 10% sobre aço e alumínio, respectivamente;

Dias depois, o então presidente Jair Bolsonaro afirmou que conversou com Trump e que os EUA desistiram de sobretaxar o aço e alumínio brasileiros;

Em agosto de 2020, Trump restringiu ainda mais as cotas de exportação dos produtos brasileiros para os EUA, reduzindo-as em cerca de 80%;

Nos últimos meses do governo Trump, em outubro de 2020, o presidente decidiu elevar as tarifas sobre as chapas de alumínio importadas do Brasil de 15% para 145%, alegando que as empresas brasileiras estavam vendendo produtos abaixo do custo para eliminar a concorrência americana;

Em julho de 2022, já sob o governo de Joe Biden, o Ministério da Economia e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciaram que os EUA revogaram as medidas restritivas remanescentes da era Trump contra as exportações brasileiras.


Fonte: G1

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