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Faixa Segura

Governo fecha texto da PEC da Segurança para enviar ao Congresso

Por Redação em 13/03/2025 às 21:50:42

O ministro da Justiça e Segurança PĂșblica, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta quinta-feira (13) que o governo fechou o texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre Segurança PĂșblica que serĂĄ apresentado ao Congresso Nacional. O anĂșncio ocorreu logo após uma reunião de Lewandowski com o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva e outros ministros da ĂĄrea jurĂ­dica e polĂ­tica do governo, no PalĂĄcio do Planalto.

"Houve o consenso, entre os presentes, que depois de uma discussão ampla dessa PEC, não apenas com os governadores, com a sociedade civil, mas também com a academia, ela estaria madura para ser enviada ao Congresso Nacional. Essa PEC pretende, em linhas gerais, criar um SUS da Segurança PĂșblica, ou seja, o Sistema Único da Segurança PĂșblica que estarĂĄ na Constituição da RepĂșblica Federativa do Brasil, com recursos próprios e integrando todas as forças policiais do Brasil para combater a criminalidade organizada", afirmou o ministro.

A PEC ainda passarĂĄ por uma apresentação prévia aos presidentes da Câmara e do Senado e aos lĂ­deres da base do governo nas duas Casas, para definir a melhor estratégia de tramitação e a própria data de envio do texto. O governo quer garantir que a proposta não tumultue o ambiente no Legislativo, jĂĄ que hĂĄ outras prioritĂĄrias que serão colocadas em debate, como o projeto que isenta o Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5 mil por mĂȘs.

"Vamos fazer uma reunião com os lĂ­deres da base, junto com os presidentes da Casa, para apresentĂĄ-la e avaliar o melhor momento de enviar a PEC formalmente. Acho que não vai ter problema quanto a isso, vĂĄrios lĂ­deres tĂȘm cobrado do governo posicionamentos nesse sentido, envio de propostas, querem fazer o debate da segurança pĂșblica. Penso que teremos um clima propĂ­cio a isso. Claro que a gente tem que ter uma comissão da PEC equilibrada, gente com responsabilidade, para fazer a discussão do projeto", observou a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Uma das questões que devem ser discutidas é por onde começar a tramitação da PEC. Se for enviada diretamente pelo governo, o texto tramita a partir da Câmara. Para iniciar no Senado, a proposta teria que ser apresentada por um senador.

Por ser uma emenda constitucional, a tramitação de uma PEC é a mais complexa entre as proposições legislativas. Ela precisa ser aprovada em dois turnos tanto na Câmara quanto no Senado, com o apoio mĂ­nimo de 60% dos votos em cada uma das Casas.

O que muda

A PEC da Segurança PĂșblica altera a redação dos artigos 21, 22, 23 e 24 da Constituição Federal, que tratam das competĂȘncias da União, privativas ou em comum com os estados, municĂ­pios e o Distrito Federal, e muda o Artigo 144, sobre os órgãos que cuidam da segurança pĂșblica em todo o paĂ­s.

Com a proposta, o governo federal pretende dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança PĂșblica (Susp), criado por lei ordinĂĄria em 2018 (Lei 13.675), e levar para a Constituição Federal a previsão do Fundo Nacional de Segurança PĂșblica e do Fundo PenitenciĂĄrio, que atualmente estão estabelecidos em leis próprias.

O texto da PEC também aumenta as atribuições da PolĂ­cia Federal (PF) e da PolĂ­cia RodoviĂĄria Federal (PRF), que passaria a ser chamar PolĂ­cia ViĂĄria Federal, abrangendo o patrulhamento ostensivo das rodovias, ferrovias e hidrovias federais.

Guardas municipais

Uma das novidades da PEC da Segurança PĂșblica, incluĂ­da recentemente ao texto, é a previsão e regulamentação das guardas municipais, motivada por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada no fim de fevereiro, que definiu as competĂȘncias dessas corporações. A alteração jĂĄ havia sido informada pelo ministro no inĂ­cio da semana.

"Depois da Ășltima decisão do STF, um recurso extraordinĂĄrio, que redundou em uma tese de repercussão geral, nós incluĂ­mos as guardas municipais dentre os órgãos constitucionais que integram o Sistema de Segurança PĂșblica. Deixamos claro, baseado na decisão da Suprema Corte, que as guardas municipais farão o policiamento urbano, o policiamento ostensivo e comunitĂĄrio. Terão natureza civil e terão o controle externo do Ministério PĂșblico, como as polĂ­cias, em geral, no Brasil", explicou o ministro Ricardo Lewandowski.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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