A inflação da Argentina ficou em 2,4% em fevereiro, segundo dados da agĂȘncia oficial de estatĂsticas do paĂs, o Indec, divulgados nesta sexta-feira (14).
O resultado, que veio linha com estimativas de analistas, representa uma aceleração em relação aos 2,2% registrados em janeiro.
A inflação acumulada nos 12 meses até fevereiro atingiu 66,9%, desacelerando em relação à taxa de 84,5% registrada no mĂȘs anterior.
A inflação apresentou progresso sob o governo do presidente ultraliberal Javier Milei, que tem empenhado esforços para conter os preços. Nos Ășltimos meses, no entanto, a taxa estagnou, ficando entre 2% e 3%. Veja abaixo:
A Argentina passa por um grande ajuste econômico com a gestão de Milei. O paĂs jĂĄ vinha enfrentando uma forte recessão econômica, e o presidente promoveu um amplo corte de gastos pĂșblicos.
Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados. Foram retirados subsĂdios às tarifas de ĂĄgua, gĂĄs, luz, transporte pĂșblico e serviços essenciais.
Quando o incentivo foi retirado, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor. Por outro lado, o presidente conseguiu uma sequĂȘncia de superĂĄvits (arrecadação maior do que gastos) e retomada da confiança dos investidores. (Saiba mais na reportagem especial abaixo)
Milei busca manter o Ămpeto positivo na economia em meio a negociações sobre um novo acordo com o Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI), a quem a Argentina deve mais de US$ 44 bilhões.
A Argentina, um grande exportador de grãos e emergente produtor de energia, tem lutado contra uma inflação de trĂȘs dĂgitos nos Ășltimos anos, o que deu ao paĂs sul-americano a "coroa" de ter a maior taxa de inflação anual do mundo.
Reduzir a inflação é fundamental para o governo de Milei, que deseja eliminar os controles de capital que prejudicam os negócios e os investimentos. Ele quer que a inflação permaneça abaixo de 2% para permitir o fim dos controles.
A inflação anual na segunda maior economia da América do Sul chegou perto de 300% no inĂcio do ano passado, mas desde então caiu para dois dĂgitos, e analistas consultados pelo banco central preveem que a inflação no final de 2025 cairĂĄ para 23,3%.