A campanha Anistia não, golpistas na prisão! é contra a tentativa de setores da sociedade de aprovar projetos de lei que anistiam os envolvidos no caso. A iniciativa envolve atos presenciais e publicações nas redes sociais.
"A ideia é pressionar pela não anistia e pela responsabilização das pessoas que participaram da tentativa de golpe de Estado no nosso paĂs. Essa anistia representaria um aval para que outros golpes pudessem acontecer", explica a advogada Tereza Mansi, que integra a executiva nacional da ABJD.
Tereza lembra que o paĂs tem uma história de golpes de Estado.
"Foi justamente a falta de responsabilização, principalmente em relação ao golpe de 64, que abriu as portas para uma tentativa de golpe agora em 2023".
No dia 8 de janeiro de 2022, uma semana após a posse do atual presidente da RepĂșblica, Luiz InĂĄcio Lula da Silva, milhares de pessoas que estavam acampadas em frente ao Quartel General do Exército Brasileiro, em BrasĂlia, rumaram para a Praça dos TrĂȘs Poderes e invadiram as sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e JudiciĂĄrio, promovendo atos de vandalismo.
Até dezembro de 2024, 370 pessoas jĂĄ haviam sido condenadas pelos crimes relacionados ao ataque, entre eles golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito e dano qualificado. Além disso, mais de 500 pessoas haviam assinado acordos na Justiça. No Ășltimo dia 7, mais 63 pessoas foram condenadas a penas que chegam a 14 anos de prisão.
A PolĂcia Federal e a Procuradoria Geral da RepĂșblica afirmam que o atentado fez parte de uma tentativa de golpe de Estado articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, que foram indiciados e denunciados à Justiça, em fevereiro deste ano.
Na terça-feira (25), o Supremo Tribunal Federal (STF) irĂĄ julgar se Bolsonaro e parte dos denunciados virarão réus neste caso.
Quando a denĂșncia foi revelada, o advogado de defesa de Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, divulgou nota na qual afirma que o ex-presidente "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado DemocrĂĄtico de Direito ou as instituições que o pavimentam".
Segundo o advogado, nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construĂda na denĂșncia foi encontrado. "Não hĂĄ qualquer mensagem do então presidente da RepĂșblica que embase a acusação".
Fonte: AgĂȘncia Brasil