O artilheiro e a munição: atacante do Peñarol é detido com arma a caminho do estádio

Por Redação em 27/01/2022 às 04:37:27

Antiga promessa uruguaia, o atacante Nicolás Schiappacasse, 23 anos, foi apanhado com uma pistola antes de confronto amistoso contra o Nacional. Naquele já muito distante ano de 2019, o atacante Nicolás Schiappacasse era tratado como uma joia celeste, candidato a herdeiro de Suárez e Cavani. Havia surgido como um barrilete oriental no modesto River Plate de Montevidéu, levando ao delírio os velhos insones do Parque Saroldi, tanto que o Atlético de Madrid fez questão de esperar que atingisse a maioridade para que se apresentasse ao grupo comandado por Diego Simeone -- um atacante uruguaio é sempre um evento, o mundo sabe.

Já maior de idade, com todos os benefícios e maldições que isso representa, na última quarta-feira (26) o jogador foi detido pela polícia uruguaia quando se dirigia ao estádio Domingo Miguel Burgeño, na cidade de Maldonado, muito próxima de Punta del Este e suas caipirinhas inflacionadas e gente vestida de branco, pouco antes do Peñarol, clube ao qual está vinculado, enfrentar o Nacional em mais um dos confrontos de verão que os desavisados de todos hemisférios consideram amistosos. Acontece que o jovem Schiappacasse estava com uma pistola de nove milímetros enrolada nuns moletons. Isso geralmente não é bem visto pela polícia.

São apenas 23 anos, mas algumas outras rotas já foram percorridas. O jovem nascido em 1999, na capital uruguaia, chegou ao quadro carbonero em 2021, emprestado pelo Sassuolo, depois de outras jornadas, com passagens por Parma e Famalicão (claramente esse traumático currículo europeu será usado como atenuante no episódio de provável delinquência). Pois em maio de 2021, já vestindo a jaqueta aurinegra, o ainda imberbe Schiappacasse sofreu uma grave lesão no joelho, que o afastou do restante da temporada. E um atacante uruguaio lesionado faz coisas que nós, burocratas do futebol, jamais vamos conseguir compreender.

Não é simples nem reta a vida dos jovens de vinte anos que retornam da Europa e depois andam flanando por Montevidéu e América do Sul acima, bem sabemos. Sobretudo, para um atacante apartado das coisas que acontecem mais perto da grama do que do asfalto. Antes de ser algemado, Schiappacasse ainda tentou argumentar com a polícia, como argumentam os mais ingênuos ponteiros diante dos piores facínoras da zaga: "A arma era uma encomenda para a torcida, para entrar no estádio, mas não sabia para quem entregar". Talvez essa tenha sido a pior resposta possível para alguém apanhado com um revólver perto de um estádio.

O imprevisível Schiappacasse rumava para a cancha de Maldonado em um automóvel particular, com um amigo e duas mulheres. Não tinha vínculo oficial com o clube, mas vestia uma camisa do Peñarol quando foi algemado. Um dia antes da polícia lhe abordar, o presidente carbonero, Ignacio Ruglio, havia afirmado que a prorrogação do seu contrato estava praticamente acertada junto aos italianos do Sassuolo, um time bastante modesto de um continente muito distante.

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Fonte: Globo Esporte/G1

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