Bruno Baptista revê o passado no Velocitta para se afirmar na Stock

Por Redação em 12/05/2022 às 14:22:33

Revelação da maior categoria do automobilismo brasileiro, paulista de 25 anos vai se reencontrar com a Fórmula 4 neste fim de semana, categoria da qual foi campeão sul-americano em 2014 Uma volta ao passado, mas de olho no presente e com atenção no futuro. Pareceu confuso? Pois esta é a realidade de Bruno Baptista, piloto da equipe RCM, para a etapa do Velocitta da Stock Car, que será disputada neste fim de semana em Mogi Guaçu, interior de São Paulo. Tudo porque será a etapa de estreia da Fórmula 4 Brasil, nova categoria de base organizada pela Vicar, que cuida também da Stock. O paulista de 25 anos ganhou seu primeiro título no automobilismo justamente no campeonato sul-americano da categoria, há oito anos, em 2014, antes de fazer o salto para a carreira na Europa.

O sportv 3 mostra ao vivo a classificação da etapa do Velocitta no sábado, a partir das 13h (de Brasília), com narração de Henrique Guidi e comentários de Luciano Burti. No domingo, a transmissão das duas corridas será a partir de 13h, também no sportv 3.

Bruno Baptista acelera em um dos treinos para o GP do Galeão da Stock Car, no Rio de Janeiro

Duda Bairros

Enquanto relembra o início da carreira, Bruno Baptista luta pela afirmação na maior categoria do automobilismo brasileiro. Em conversa com o blog Voando Baixo, ele falou sobre seu momento na Stock Car e também sobre as expectativas para a etapa deste fim de semana no autódromo do Velocitta, palco de sua primeira vitória no campeonato, na segunda corrida da etapa do dia 10 de novembro de 2019.

- A gente sempre foi muito bem nas últimas corridas lá no Velocitta. Foi onde conquistei minha primeira vitória na Stock Car. É uma pista de que gosto muito. Nossa expectativa é muito boa. Sempre entramos pensando em lutar pela pole, pelas vitórias. Sabemos que temos carro para isso. As expectativas são sempre elevadas, mas precisamos manter o foco, porque são muitas equipes em alto nível: o Gabriel Casagrande na Vogel, com os Mattheis... o Rubinho, na Full Time, está com um carro muito bom. Com adversários tão fortes assim, temos que buscar alguns segredos aí para ter alguma vantagem, mas as expectativas são boas - disse Bruno Baptista ao Voando Baixo.

A primeira vitória de Bruno Baptista na Stock Car foi em 2019, no Velocitta, palco da etapa deste domingo

Duda Bairros

Estar em uma equipe como a RCM, comandada pelo Marcel Campos, filho do Meinha, o preparador mais experiente da Stock Car, é, sem dúvidas, uma ajuda para evoluir mais rapidamente na categoria. Bruno estreou pela equipe - quando ainda se chamava Hero Motorsport - e teve companheiros como Lucas di Grassi, campeão mundial da Fórmula E em 2016/17, e Max Wilson, que levou o título da Stock em 2010. Um período de muito aprendizado para o paulista de 25 anos.

- Sendo bem sincero, acho que meu começo na Stock foi muito bom. Eu me adaptei bem à equipe RCM, ao estilo de trabalho. É parecido com o que tive na Europa. Então, a sinergia ficou muito forte. Meu primeiro companheiro foi o Lucas di Grassi e, depois, corri ao lado do Max Wilson. Foram três anos muito importantes para o meu aprendizado. Já me sinto totalmente confortável para disputar o campeonato. Sei que tenho potencial para lutar pelo título. Claro que tem o imponderável, tive uma quebra na Corrida de Duplas, tudo pode acontecer. Mas eu me sinto muito confiante. Tenho sido muito forte nas classificações, dificilmente não entro no Q3. Então, estou muito bem na Stock Car.

Bruno Baptista dentro do carro da equipe Hero Motorsport na temporada 2018 da Stock Car

Duda Bairros

E trabalhar com o Meinha? Rosinei Campos, presente desde a primeira corrida da Stock Car, em Tarumã-1979, está sempre disputando títulos. Para Bruno, o segredo do paranaense é justamente o trabalho duro.

- O Meinha não conta os segredos. Nem para os pilotos (risos). É o trabalho dele, sabe? Um trabalho muito duro. Vejo isso quando eu vou visitar a equipe em Curitiba. Sempre vou lá antes das etapas. E você vê a idade que ele já tem... o que ele trabalha é brincadeira, sabe? Você vê o cara analisando cada cada centímetro do carro... da carenagem para fora, para dentro... o carro é bom porque ele faz um trabalho muito bom na oficina e nos boxes. E ele tem quatro pilotos experientes, não é? Acho que é uma sinergia muito forte, né?

Bruno Baptista se prepara para entrar no carro antes da etapa de Goiânia da Stock Car em 2022

Duda Bairros

Outro segredo nas etapas da Stock Car, ainda mais neste formato de duas corridas no mesmo dia, é a estratégia. O objetivo na equipe RCM é sempre tentar o máximo de pontos nas duas corridas. Mas é claro que tudo pode mudar ao longo do fim de semana.

- Muda um pouco a cada etapa, não é? A gente tem um pensamento de, claro, tentar ganhar a corrida, mas sem exagerar. Nosso objetivo na RCM é somar o máximo de pontos no fim de semana. Prefiro ganhar a corrida 1, mas assim vou prejudicar toda a 2 e não somar o máximo de pontos. Não gostamos disso. Preferimos chegar em segundo na primeira e fazer um quarto na segunda. Acho que o segredo é esse, é fazer o máximo de pontos. E com isso o Meinha conquistou muitos títulos. A gente sempre entra no fim de semana querendo ganhar, mas o mais importante é ser o regular. A gente não faz aquelas estratégias mais kamikazes - afirma.

Reencontro com a Fórmula 4

Bruno Baptista na disputa da etapa de Abu Dhabi da GP3 em 2017 pela equipe DAMS

Zak Mauger/Formula Motorsport Limited via Getty Images

No circuito em que conquistou sua primeira vitória na Stock Car, Bruno Baptista vai se reencontrar com a Fórmula 4, que terá a primeira etapa do campeonato brasileiro sendo disputada no fim de semana no Velocitta. É o fim de semana em que o paulista comemora 10 anos de carreira, após o começo tardio no kart ainda em 2012, aos 14 anos de idade.

- Faltava uma categoria dessa, para jovens pilotos. Para o pessoal que está saindo do kart. É melhor que o piloto fique mais um pouco aqui antes de ir para a Europa, como foi o meu caso. Fui campeão da Fórmula 4 Sul-Americana. Foi um campeonato bem legal quando fiz, mas eu sentia que faltava uma preparação maior, sabe? Esses novos carros da F4 são assim, iguais aos que são usados na Europa. Então, é uma vantagem o piloto sair daqui já conhecendo o carro, vai ser uma preparação totalmente diferente. Para a gente, o tempo de adaptação na Europa é muito maior do que o dos europeus. Então, a Vicar deu uma cartada muito certa. Vai ajudar os pilotos brasileiros e tenho certeza que vai ser um sucesso correndo junto com a Stock Car. Não tem motivo para dar errado.

Bruno Baptista acelera o carro da Fórmula 4 Sul-Americana no ano de seu título, em 2014

Divulgação

Bruno disputou apenas duas temporadas no kart, que foram suficientes para lhe dar experiência para se tornar, em 2014, com apenas 17 anos, o primeiro campeão da Fórmula 4 Sul-Americana, certame que também tinha o aval da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Ficar mais tempo correndo no Brasil é uma ajuda, principalmente por causa das mudanças na vida fora das pistas.

- Acho que a palavra é ter calma, sabe? O piloto que sai do Brasil tem que saber que não vai estar no mesmo nível do europeu logo de cara. O clima é diferente, tudo é diferente para a gente. Tem uma adaptação que demora um pouco. Todos os pilotos brasileiros sofrem com isso. Então tem de ser devagarinho, com calma. A coisa mais importante que falaria para um piloto é não pular etapas. Não se pode pular dois degraus de uma vez. O tombo pode ser maior. Tem que ter calma. Se o piloto tem a disposição de correr fora, é fazer ter as escolhas certas. As equipes fazem muita diferença na Fórmula 2, na 3, na 4. Se você quiser chegar na Fórmula 1 ou em uma categoria de alto nível, você precisa fazer as escolhas certas - completou Bruno.

Bruno Baptista concentrado dentro do carro antes de uma das corridas da GP3 em 2017

Sam Bloxham/Formula Motorsport Limited via Getty Images

Perfil Rafael Lopes

Editoria de Arte/GloboEsporte.com

Fonte: Globo Esporte/G1

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