Ferrari tem derrota histórica na Hungria; Red Bull vence na tática

Por Redação em 01/08/2022 às 00:49:36

Após largar em décimo e rodar no meio da corrida, Verstappen chega ao oitavo triunfo em 2022 graças ao trabalho da estratégia e de uma sequência de erros crassos do time italiano na prova A história tem se repetido em todos os fins de semana da temporada 2022. Com o melhor carro da primeira parte do campeonato, a Ferrari sempre chega aos grandes prêmios como favorita. Mas quando olhamos os números ao final dos eventos, a história é bem diferente: já são nove vitórias da Red Bull (oito de Max Verstappen e uma de Sergio Pérez) contra apenas quatro do time italiano (três de Charles Leclerc e uma de Carlos Sainz). Neste domingo não foi diferente. A Ferrari conseguiu errar absolutamente tudo o que fez nas 70 voltas. E a Red Bull, por sua vez, acertou absolutamente tudo. A dupla dos carros vermelhos acabou até fora do pódio. Enquanto isso, Verstappen, que largou em décimo e rodou no meio da prova, venceu com facilidade. Na última prova antes da pausa de verão da Fórmula 1, o GP da Hungria resumiu com exatidão a primeira parte do campeonato. Que se encaminha para mais uma festa holandesa, diga-se de passagem.

Rafael Lopes e Luciano Burti comentam GP da Hungria de Fórmula 1

Cada vez mais favorito ao título de 2022, Verstappen vai para as férias de verão com a maior folga que já teve na liderança do campeonato: 80 pontos. Ele tem agora 258 contra 178 de Charles Leclerc, o segundo colocado. Para se ter uma ideia do tamanho da folga, teremos apenas 242 pontos a serem disputados nos nove GPs a partir do fim de agosto. O holandês já tem um terço da pontuação restante neste ano como vantagem. E com uma equipe que não comete erros de estratégia e tem sofrido cada vez menos com problemas mecânicos. Se os resultados se mantiverem no atual ritmo, Verstappen já poderia conquistar o bicampeonato por antecipação já no GP dos Estados Unidos, a quatro corridas do fim da temporada. Um domínio absoluto em 2022.

Neste domingo, entretanto, nada parecia indicar que Verstappen teria uma reação fácil. Analisando as posições de largada, com o holandês em décimo e Sergio Pérez em 11º, uma vaga no pódio já parecia um grande resultado, ainda mais em um circuito como o Hungaroring, de difícil ultrapassagem. Dependeria da agressividade de seus pilotos e, claro, de uma tática perfeita. O trabalho foi muito bem executado por Hannah Schmitz, chefe de estratégia da Red Bull, e por seus pilotos na pista. Tudo bem que o líder do campeonato cometeu um errinho na metade da corrida, rodando sozinho na curva 13. Mas nem isso comprometeu a vitória. Pérez ainda chegou em quinto, marcando pontos importantes para o Mundial de Construtores. Um baile da equipe austríaca.

"Quer perder um campeonato? Pergunte-me como". Essa mensagem poderia estar estampada nos carros da Ferrari a partir do GP da Bélgica. É impressionante como a equipe italiana consegue errar absolutamente tudo o que tenta de diferente em termos de estratégia. Por sinal, setor chefiado pelo espanhol Iñaki Rueda. Neste domingo, ele deu uma masterclass às avessas. Como não agir em uma corrida de Fórmula 1. Os erros começaram na largada, quando Leclerc e Sainz sairam de médios contra os macios de Russell e Norris. Depois, o timing de chamada para os pit stops foi completamente errado, ao não marcar as paradas de Verstappen, que já brigava pelas primeiras posições. E a cereja no bolo foi a escolha dos pneus duros para a última parada de seus dois pilotos: a Alpine já havia feito a troca para o mesmo composto há algumas voltas e simplesmente não havia dado certo. Sem médios disponíveis, era hora de colocar os macios para fechar a corrida. Um desastre. Uma potencial dobradinha se transformou em um quarto e um quinto lugares. E o campeonato cada vez mais nas mãos de Verstappen e da Red Bull.

Mercedes bem? Bom para a Red Bull

Era difícil de se imaginar que a octacampeã Mercedes fosse sofrer ao longo da temporada 2022. A equipe alemã, que começou o ano com um carro extremamente problemático, foi quem mais evoluiu ao longo destas 13 primeiras corridas. Tanto é que mudou de patamar nas últimas cinco corridas. A virada começou no Canadá, ainda que tímida; ganhou corpo na Inglaterra, e se consolidou com os desempenhos na Áustria, França e neste fim de semana na Hungria. Já era esperado que as flechas de prata tivessem um bom ritmo na corrida, mas a velocidade na classificação foi a grande notícia para eles. George Russell foi o pole position e Lewis Hamilton só não brigou pela ponta do grid por causa do problema no acionamento da asa móvel (DRS) em sua última tentativa.

A corrida confirmou a impressão de evolução. Hamilton e Russell fizeram mais uma corrida extremamente consistente e eficiente e foram premiados com o segundo pódio duplo em sequência, com o heptacampeão em segundo e o jovem inglês em terceiro. Mas não foi só a Mercedes que comemorou a melhoria dos resultados. O box da Red Bull certamente também celebrou a volta das flechas de prata. Por quê? Simplesmente porque se a equipe alemã estiver forte, a tendência é que tire pontos importantes da Ferrari, que vive uma gestão extremamente ineficiente de Mattia Binotto. E o time italiano corre sérios riscos de perder até mesmo a segunda posição no Mundial de Construtores: a Mercedes já cortou a desvantagem da Ferrari para apenas 30 pontos.

Chegamos à pausa de verão da Fórmula 1. E as três equipes que lideram o Mundial de Construtores terminam a primeira fase da temporada em momentos completamente distintos. A Red Bull está consolidada na liderança dos Mundiais de Pilotos e Construtores após nove vitórias. A Ferrari, por sua vez, vive a habitual crise em que está mergulhada interminavelmente desde 2007, com problemas e erros em profusão. E a Mercedes termina esperançosa com a evolução do W13. Deve voltar ainda mais forte. Se o campeonato está praticamente decidido, as corridas, ao menos, prometem ser boas na parte final de 2022. A conferir.

Perfil Rafael Lopes

Editoria de Arte/GloboEsporte.com

Fonte: Globo Esporte/G1

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