Tecnologia promove eficiência nos processos e Tecnologia promove eficiência nos processos e "supply chain" mais resiliente

Por Redação em 31/01/2023 às 08:07:22

Com análise e soluções apropriadas, a cadeia de suprimentos pode ser monitorada de ponta a ponta, assegurando mais agilidade aos processos Investimentos em IA e IoT elevam o patamar de competividade, conexão e eficiência da cadeia de suprimentos

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A implementação de tecnologias como inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT) e os armazenamentos em nuvem impacta a força de trabalho nos mais diversos setores, principalmente na indústria — e isso inclui o "supply chain".

Para se ter ideia, em uma recente pesquisa da consultoria Accenture, 86% dos executivos C-level entrevistados declararam que realizam investimentos de moderados a significativos em IA, e 69% dos diretores de cadeia de suprimentos aumentarão o investimento em gêmeos digitais — uma representação virtual de um cenário ou processo real — nos próximos três anos.

Flávio Barreiros, líder de Supply Chain e Operations da Accenture para Brasil e América Latina, explica que esse movimento se dá porque a digitalização realmente muda o patamar de competitividade, conexão, eficiência e agilidade da cadeia de suprimentos, contribuindo para o aprimoramento do chamado "supply chain" resiliente. Tudo isso resulta em uma cadeia de valor com a habilidade de se adaptar e se recuperar de um evento disruptivo, como foi a pandemia.

"Um "supply chain" resiliente é aquele que consegue mitigar ou minimizar o impacto desses eventos adversos no atendimento e na experiência dos clientes, nos custos operacionais e na continuidade dos negócios", diz.

Um novo momento

O especialista reforça que a visão estática de gerenciar essa cadeia se tornou uma prática do passado e que, hoje, o "supply chain" se tornou mais dinâmico, sendo possível orquestrar as ações de maneira coordenada. Porém, não basta criar redundâncias e "buffers" para tudo dentro da cadeia, o que acarretaria custos e falsa sensação de proteção dos processos.

Segundo Barreiros, o primeiro passo consiste em identificar quais são os pontos críticos, seja no fornecimento de matérias-primas, no risco de incremento nos custos, nas rotas logísticas, nas concentrações de produção em regiões específicas ou em canais de distribuição restritos.

"Com o cenário mapeado, as empresas devem implementar mecanismos para sentir os desvios ao longo de sua cadeia no dia a dia. A partir daí, encontrarão respostas, direcionando pedidos para fornecedores, aumentando estoques específicos, trocando rotas logísticas e influenciando a demanda de outros produtos conectados com o time comercial, entre outras medidas."

Aplicações práticas

Barreiros conta que o setor automotivo, por exemplo, que tem uma cadeia de suprimentos bastante longa, com fornecedores em vários níveis e locais do mundo, investe em entender melhor onde estão os riscos da cadeia. O objetivo é criar visibilidade para impactar em redução de faltas e menor custo.

Na mesma linha, as empresas de moda e "fast fashion" têm investido para ter maior domínio sobre a demanda e o planejamento dos lançamentos. Elas buscam redução do "time to market" e simulação do abastecimento das lojas em sistema integrado com o atendimento online, para minimizar a falta de produtos.

"As organizações focadas em recursos naturais estão buscando prever falhas dos equipamentos. As de consumo querem personalizar produtos e embalagens, além de ter mais automação nos centros de distribuição ou nas lojas e empresas de diferentes setores. Além disso, estão criando centros de operação integrados, que permitem uma gestão "end-to-end" dos negócios, até de forma remota, retirando pessoas de zonas de perigo", relata o líder. "E tudo isso só é possível com tecnologia."

"Supply chain" resiliente (e inteligente)

É nesse momento que entram aplicativos e plataformas comerciais que oferecem experiências de entrega rápidas e a custos competitivos. Compras conectadas e "phygital", monitoramento do ritmo de vendas de início de uma campanha — que permite, com 1% da execução, reprojetar o sucesso e tomar ações comerciais ou de correção do "supply chain" —, além de orquestração de diferentes parceiros logísticos como os entregadores.

"Nos grandes centros, os consumidores estão sentados em casa, e conseguimos, por meio de um aplicativo, ter acesso a produtos que chegam às nossas residências em menos de 15 minutos", analisa o executivo. "E grandes negócios conseguem customizar produtos para oferecer experiências aos consumidores de diferentes maneiras", complementa.

Também é possível parametrizar fábricas e equipamentos a fim de minimizar o consumo de energia e combustível para aumentar a produtividade. "Existem tecnologias ligadas à automação do físico, em fábricas, transportes, centros de distribuição, tornando as operações ainda mais inteligentes e autônomas. Existem tecnologias que colocam o "supply chain" em outro patamar, em uma visão muito mais "insight driven", com dados e muita inteligência analítica", afirma.

Com tecnologias habilitadoras, como 5G, "blockchain" e IoT, que geram conexão rápida de dados, segurança e rastreabilidade, as empresas podem obter um panorama instantâneo de suas operações em um determinado momento ou período.

Todas essas possibilidades permitem identificar problemas ocultos e entender pontos importantes, tais como: onde estão os fornecedores e pontos de fabricação; quais rotas logísticas utilizam, incluindo as de seus parceiros; estabelecer relações em toda a rede mais ampla da cadeia de suprimentos; e analisar riscos e fraquezas potenciais da cadeia como um todo.

Desafios rumo à resiliência

Apesar dos muitos benefícios em tornar a cadeia de suprimentos cada vez mais tecnológica, há ainda, segundo Flávio Barreiros, alguns desafios a serem enfrentados. Eles incluem uma visão ainda muito forte de trabalho em silos organizacionais, pouca colaboração dos parceiros logísticos e baixa autonomia das equipes para tomadas de decisões importantes.

Para Barreiros, uma jornada de eficiência deve ser construída à luz da estratégia do negócio e é fundamental que tenha as pessoas como protagonistas dessas mudanças. "Muitos dos executivos de Supply Chain e Operations não veem que seus times estão preparados para transformar e operar uma cadeia digital, e esse é um erro. As pessoas precisam estar presentes desde a criação da visão, a ambição e a estratégia de transformação. Sem engajamento, o desenvolvimento não acontece", acredita.

Priorizar as pessoas, desenvolver suas habilidades e investir nas tecnologias corretas é a chave para trilhar um caminho rumo a um trabalho reformulado. É uma estratégia que combina criatividade humana à inteligência das máquinas, para alcançar agilidade competitiva, eficiência e a tão sonhada resiliência.

"Um dos papéis da Accenture é justamente ajudar as empresas a desenhar um "supply chain" mais inteligente e a implementar um modelo para gerenciá-lo. Nós realizamos um "stress test" da cadeia, por meio de uma ferramenta desenvolvida com IA e, então, criamos novos modelos operacionais. Simultaneamente, implementamos tecnologias que usam modelos avançados de planejamento e preparamos as pessoas. Assim, podemos ofertar todas as soluções para assegurar o alcance de todos esses objetivos", conclui.

Conheça as ações da Accenture em "supply chain" resiliente.

Fonte: Valor Econômico

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