Dólar opera em queda, com o corte da produção de petróleo de países da Opep+ em foco

Por Redação em 03/04/2023 às 09:54:03

O dólar opera em queda nesta segunda-feira (3), com o corte da produção de petróleo de países da Opep+ em foco.

Às 9h05, a moeda norte-americana recuava 0,49%, cotada a R$ 5,0441. Veja mais cotações.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana teve queda de 0,55%, cotada a R$ 5,0691 — menor patamar desde o dia 2 de fevereiro (R$ 5,0444). Com o resultado, o dólar fechou o mês de março em queda de 2,98%. No ano, o recuo acumulado é de 3,96%.

O que está mexendo com os mercados?

A principal surpresa do dia nos mercados vem dos preços do petróleo, que operavam em alta nesta segunda-feira, depois que países importantes do mercado, como Arábia Saudita, Iraque e Rússia, anunciaram um corte da produção como "medida de precaução" após a recente queda das cotações.

O corte acontece após o preço do petróleo bruto cair para US$ 70 o barril, seu nível mais baixo em 15 meses, devido às preocupações com a demanda. Especialistas apontam que a medida visa garantir a estabilidade nos preços e prevenir uma possível desaceleração no crescimento da demanda global.

Pela manhã, o preço do petróleo WTI tem alta de 5,46%, a US$ 79,78, enquanto o valor do Brent sobe 5,56%, a US$ 84,33. Nas primeiras horas de negociações, os dois índices chegaram a operar em alta de quase 8%. As ações das principais empresas de petróleo do mundo sobem nesta segunda-feira.

O anúncio provoca novos temores sobre a inflação persistente e aumenta ainda mais a pressão sobre os bancos centrais para que prossigam com a elevação das taxas de juros. Os investidores se concentram, agora, nas políticas monetárias com um novo complicador.

Por aqui, a redução da oferta de petróleo no mercado internacional pode impactar os valores dos combustíveis no Brasil. Segundo relatório de sexta-feira da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina brasileira está sendo vendida por um valor 2% abaixo do mercado internacional. Ou seja, há uma pressão no horizonte para acompanhar os preços internacionais.

Além disso, analistas seguem digerindo os detalhes em aberto do arcabouço fiscal brasileiro. Nos cálculos de economistas, seria necessário ampliar a receita entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões para tornar o arcabouço fiscal, com as metas de resultado primário propostas, crível e exequível.

O Ministério da Fazenda ventilou a possibilidade de tributação de fundos exclusivos e de apostas eletrônicas para aumentar a arrecadação.

O boletim Focus desta segunda mostra que os economistas do mercado financeiro elevaram estimativa de inflação deste ano de 5,93% para 5,96%. Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro permaneceu em 4,13% na semana passada.

Para o crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro continuou em 0,9% na última semana. Já para 2024, a previsão de crescimento avançou de 1,40% para 1,48%.

O foco nesta semana estará sobre dados de atividades dos EUA e o relatório de emprego na sexta-feira, ainda que muitos mercados estejam fechados no dia para o feriado da Sexta-feira Santa.

Fonte: G1

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