Volta do Pan tem prata inédita, descrença vencida e evolução somada por cavaleiro ranchariense

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Por Redação em 27/10/2023 às 06:12:41

PC dos Santos agora é um dos competidores com meta, até último dia do ano, de alcançar médias exigidas para ajudar o Brasil selar vaga em Paris, além de garantir espaço no time olímpico Muitos sentimentos, aprendizados e, no campo competitivo, evolução conquistada em novo contexto – mais exigente – e, principalmente, a prata inédita para o hipismo do Brasil. É com toda essa bagagem que o cavaleiro ranchariense Paulo César dos Santos volta dos Jogos Pan-Americanos, no Chile.

Paulo César dos Santos comentou a participação no Pan do Chile

Luis Ruas / Confederação Brasileira de Hipismo

O término da participação na categoria freestyle (individual) foi seguido de algumas palavras a uma das plataformas da Confederação Brasileira de Hispismo (CBH) na internet. E o valor de tudo isso vivenciado ganhou destaque na entrevista. Rebater uma eventual descrença coletiva, conforme a visão do cavaleiro, também teve espaço no discurso de fechamento da participação.

– É ter humildade, trabalhar bastante, e o sentido que deixo aqui, que senti, é de não desistir nunca. Chegamos aqui, de algumas pessoas, escutei que não tinha chance de medalha, e tinha. Falei que a gente iria brigar pelo ouro, pela prata. E a gente veio, muita gente pensava só no bronze, e o Brasil mostrou que pode mais. E a gente conseguiu mais.

Hipismo do Brasil conquista a prata no Pan; ranchariense PC (1º à esq.) ainda teve a chance de participar da disputa individual

Luis Ruas / Confederação Brasileira de Hipismo

PC ajudou o hipismo brasileiro pôr ponto final a uma série de cinco bronzes pan-americanos no adestramento (o dressage, como a categoria é conhecida internacionalmente). Confira o histórico:

Bronze no México, no Pan de 1975;

Bronze na Venezuela, no Pan de 1983;

Bronze no Rio de Janeiro, no Pan de 2007;

Bronze em Toronto, no Pan de 2015;

Bronze em Lima, no Pan de 2019.

Em 2019, a conquista no Peru teve no outro nome do Oeste Paulista no quarteto brasileiro. João Paulo dos Santos, irmão gêmeo de Paulo César, colaborou com o pódio consecutivo após Toronto. Infelizmente, o hipismo brasileiro não obteve os índices a seguir e deixou de ratificar a vaga olímpica em Tóquio.

Voltando ao Pan do Chile, os EUA ficaram com o ouro (450,670%), e o Brasil, com a prata (443,343%), tirando o posto normalmente do Canadá (terceiro com 431,937%). No mesmo retrospecto, a briga pelo bronze costumava ficar entre brasileiros e mexicanos. O quarteto brasileiro contou com PC, João Victor Oliva (filho de Hortência), Renderson de Oliveira e Manuel Tavares de Almeida.

João Victor Oliva deu ao Brasil outra medalha de prata inédita, ao ser o segundo na pontuação individual do adestramento. O jejum nas provas individuais vinha desde 1983, quando Orlando Facada foi terceiro colocado no Pan de Caracas.

Time brasileiro do adestramento em ação no Chile

Luis Ruas / Confederação Brasileira de Hipismo

Agora, Paulo César dos Santos e outros competidores brasileiros, dentre eles João Paulo, tentarão ajudar o Brasil a não ficar pelo caminho como em 2019. Para isso, eles têm até 31 de dezembro para registrar os índices exigidos pela Federação Equestre Internacional (FEI).

No âmbito interno, uma prova em Itu, entre 7 e 10 de dezembro, é a principal do calendário para alcançar o feito. O Brasil possui, até aqui, dois conjuntos (cavalo e cavaleiro) com as marcas alcançadas: Oliva e Renderson, que se preparam na Europa.

Uma terceira marca, no mínimo, é exigida. E ela deve ser contabilizada em prova chancelada pela FEI, em que o cavaleiro precisa, necessariamente, ter alcançada a nota média de um colegiado. Além disso, deve alcançar índice na nota dada por um árbitro "cinco estrelas" da organização, o qual avalia a prova de ângulo diferente dos demais.

Em 2019, gêmeo João Paulo dos Santos (1º à dir.) fez parte do time brasileiro que ganhou o bronze em Lima; dupla PC e JP nasceu em Rancharia, mas cresceu em Martinópolis, no Oeste Paulista, onde despontou para o "proletariado" do hipismo

Jonne Roriz/COB

Caso um dos cavaleiros do Oeste Paulista (ou quem sabe os dois) consiga o índice, ajude o Brasil a selar a vaga neste momento encaminhada (como em 2019) e fique perto da convocação, a temporada 2024 passa a prever viagens internacionais ainda antes de Paris. O fechamento do ciclo olímpico passaria a envolver a disputa de provas no circuito europeu.

Alimentando o ânimo

A prata coletiva em Quillota, na região de Valparaíso, acabou seguida de episódios que alimentam ainda mais as boas projeções destinadas a Paulo César. Isso apesar do pódio individual ter ficado distante no Pan do Chile.

A princípio, o ranchariense estaria fora da disputa individual. Uma justificativa plausível pode ajudar a entender a ausência dele no grupo classificado inicialmente. No começo da temporada, Paulo César deixou a categoria "small tour", pela qual chegou a vencer o Sul-Americano, e subiu para a "big tour" (a categoria das principais competições).

Brasil, EUA e Canadá celebram pódio no Chile; brasileiros, incluindo os da região de Prudente, vão em busca de ajudar o Brasil a selar vaga em Paris

Luis Ruas / Confederação Brasileira de Hipismo

A desistência de Manu Tavares deu a Paulo César, pela primeira vez, uma vaga na final individual – categoria freestyle. A prova envolve a superação dos obstáculos com direito a música para o conjunto atuar. Foi apenas a quarta prova do ranchariense com o companheiro lusitano Fidel da Sasa JE.

Posto isso, o panorama ajuda a entender a primeira parte da avaliação feita pelo cavaleiro durante a conversa na internet, avaliando a atuação no Pan. Dessa vez, ressaltando a evolução no novo patamar competitivo encarado.

– Gostei da prova. Minha estreia na categoria freestyle, em Grande Prêmio também. Essa música é nova, e não estava ensaiado nada. Teve alguns movimentos que deu para encaixar bem, mas depois, a música antes do meio já baixou, e eu não ouvi mais. Tentei buscar e correr atrás um pouquinho, mas fiquei feliz pelo que deu para fazer. Dei meu melhor de novo pelo Brasil. E, sendo a primeira vez, estou contente.

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Fonte: Globo Esporte/G1

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