Lula destaca aliança contra a fome no G20 e condena conflito Israel-Hamas em Cúpula Africana

Por Redação em 17/02/2024 às 10:53:28

O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva discursou hoje na abertura da 37ÂȘ CĂșpula da União Africana, na Etiópia, e mencionou a criação da Aliança Global contra a Fome no âmbito do G20, atualmente presidido pelo Brasil, e destacou a participação do bloco como membro pleno do G20. Ele voltou a condenar os ataques do Hamas a civis israelenses e a "resposta desproporcional" de Israel, lembrando da situação da Faixa de Gaza.

"A presença da União Africana como membro pleno do G20 serĂĄ de grande valia. É inadmissĂ­vel que um mundo capaz de gerar riquezas da ordem de US$ 100 trilhões de dólares por ano conviva com a fome de mais de 735 milhões de pessoas. Estamos criando no G20 a Aliança Global contra a Fome, para impulsionar um conjunto de polĂ­ticas pĂșblicas e mobilizar recursos para o financiamento dessas polĂ­ticas", disse o presidente.

A busca de uma solução para a fome é um dos objetivos do Brasil na presidĂȘncia do G20, assim como a discussão da dĂ­vida de paĂ­ses mais pobres, que também foi destacado por Lula. "Cerca de 60 paĂ­ses, muitos deles na África, estão próximos da insolvĂȘncia e destinam mais recursos para o pagamento da dĂ­vida externa do que para a educação ou a saĂșde. Isso reflete o carĂĄter obsoleto das instituições financeiras, como o FMI e o Banco Mundial, que muitas vezes agravam crises que deveriam resolver", declarou.

Ao mencionar o conflito entre Hamas e Israel, Lula condenou excessos dos dois lados, mas defendeu a criação de um Estado palestino, reconhecido como membro pleno das Nações Unidas. O presidente também cobrou o fortalecimento da ONU e um Conselho de Segurança mais representativo, jĂĄ que a guerra na Ucrânia teria escancarado sua paralisia.

Ele também mencionou a multipolaridade e a consolidação dos BRICS, dizendo que sem os PaĂ­ses em desenvolvimento não serĂĄ possĂ­vel a abertura de novo ciclo de expansão mundial, que combine crescimento, redução das desigualdades e preservação ambiental, com ampliação das liberdades. "Crises que decorrem de um modelo concentrador de riquezas, e que atingem sobretudo os mais pobres – e entre estes, os imigrantes. A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virĂĄ da extrema direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode ser privilégio de poucos", afirmou.

Lula iniciou sua fala de improviso, e ao longo da fala destacou os vĂ­nculos entre Brasil e África. "Estamos dispostos a desenvolver programas educacionais na África e a promover intenso intercâmbio de professores e pesquisadores. Vamos colaborar para que a África possa se tornar independente na produção de alimentos e energia limpa", disse.

Lula cumpriu agenda na cĂșpula da União Africana neste sĂĄbado. Antes da abertura do evento, na Etiópia, ele teve um encontro com o SecretĂĄrio-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e uma reunião com o Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh. O presidente ainda participa de almoço oferecido pelo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e pelo presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.

Fonte: Isto É

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