Líder do governo ameaçou interferência na agência para acelerar a imunização. Ele justificou que fala reflete a pressão popular e cobra agilidade na liberação das vacinas pela Anvisa. Lider do governo na Câmara, Ricardo Barros,não descarta estabelecer regras no Congresso para agilizar vacinação
Wallace Martins/Estadão Conteúdo
O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas), disse ao blog nesta quinta-feira (4) que não quer “debater” a questão das vacinas com a Anvisa, apenas colocar a “vontade do Congresso” no ritmo da vacinação.
Mais cedo, em entrevista ao Estadão, ele ameaçou “enquadrar” a Anvisa se a agência não eliminasse exigências para aprovar vacinas.
Ao blog, Barros disse que falou em “enquadrar” para fazer valer a vontade do parlamento de acelerar a vacinação.
“Enquadrar é a vontade do parlamento, não sou eu, é do parlamento de agilizar as vacinas. Enquadrar é definir regras que a Anvisa tem que seguir, vamos estabelecer regras no Congresso que dê agilidade para o processo. Não temos problemas com decisões da Anvisa", afirmou.
Mas como eles têm feito processos muito longos e demorados, tem vĂĄrias emendas propondo simplificação”, disse.
Barros disse ainda que os deputados e senadores sentiram a pressão da sociedade pelas vacina, ao voltarem para as duas bases. Por isso, a prioridade absoluta no Congresso é o tema
“É uma questão do parlamento, não tem a ver com governo. A Anvisa tem seu ritmo e sua visão de velocidade e, o Congresso tem a velocidade do povo. Fomos pra base e vimos o retorno: o maior receio é da falta de vacina", avaliou.
Indagado pelo blog sobre como essa vontade poderia ser imposta a uma agência autônoma, Barros respondeu:
“Ela é autônoma mas podemos fazer um decreto suprimindo decisões da Anvisa, como de todo executivo, é prerrogativa do Congresso”, concluiu.
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