Governadores reclamam de exclusão de comitê anti-covid

Pacheco tentou desfazer o mal-estar e disse que o comitê não é "nacional", mas, sim, "federal" A reunião entre os governadores e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na manhã de hoje, teve como um dos assuntos principais a exclusão de parte dos Estados e municípios do comitê de crise "anti-covid", criado pelo presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira. Os chefes dos executivos locais reclamaram com Pacheco que esperavam ter participação direta no grupo.

"Louvamos a iniciativa do Congresso, na figura do seu presidente, senador Rodrigo Pacheco, no entanto é de se lamentar que após 12 meses, com mais de 300 mil mortes, o governo federal publique uma portaria instituindo um comitê de crise que não inclui Estados e Municípios", disse a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT).

A mesma crítica foi endossada, durante a reunião virtual, por governadores como Wellington Dias (Piauí), Renan Filho (Alagoas) e Flávio Dino (Maranhão). Após o encontro, Pacheco tentou desfazer o mal-estar e disse que o comitê não é "nacional", mas, sim, "federal".

"Expliquei a natureza desse comitê, que não tem caráter nacional necessariamente. É um comitê federal que tem o presidente da República, o presidente do Senado, da Câmara e um representante do Judiciário, e busca a unificação entre os poderes", respondeu.

Na quarta-feira, após o anúncio de criação do comitê, Pacheco anunciou que ficaria responsável pela interlocução com governadores. A justificativa oficial era que seria difícil conduzir as discussões no grupo com tantos gestores estaduais para ouvir. Sabe-se, no entanto, que o presidente Jair Bolsonaro tem um relacionamento saudável com apenas alguns poucos Estados, o que teria suscitado esse modelo.