PF conclui que deputado Daniel Silveira cometeu crime de desacato em bate-boca no IML pelo uso de máscara

Por Redação em 27/05/2021 às 12:56:06

Parlamentar discutiu com servidora que o obrigou a colocar a mĂĄscara. Episódio ocorreu no dia em que ele foi preso por divulgar vĂ­deo em que faz apologia ao AI-5, ato mais repressivo da ditadura militar. Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PolĂ­cia Federal concluiu que o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) praticou o crime de desacato ao discutir com uma funcionĂĄria do Instituto Médico Legal (IML). Ela queria que ele usasse mĂĄscara, mas o parlamentar se recusava.

O episódio ocorreu na noite de 16 de fevereiro, quando o parlamentar foi preso em flagrante por divulgar vĂ­deo em que fez apologia ao AI-5 e defendeu a destituição de ministros do STF, o que é inconstitucional. Ele foi ao IML fazer exame de corpo e delito.

O crime de desacato, previsto no Código Penal, é punido com pena de seis meses a dois anos.

"Cotejando a transcrição do vĂ­deo, com os depoimentos e declarações apresentados pelos envolvidos, esta autoridade policial considera que o deputado Federal Daniel Silveira, ao se dirigir à perita legista Lilian Vieira com o emprego de expressões ofensivas como [lista palavrões], acabou por desrespeitar a funcionĂĄria pĂșblica, que se encontrava no exercĂ­cio de sua função, conduta que, indubitavelmente, encontra enquadramento tĂ­pico no artigo 331 do Código Penal", diz o documento enviado à Corte, no âmbito do inquérito aberto pra investigar o caso.

No mesmo relatório, no entanto, a polĂ­cia descartou que o parlamentar tenha cometido o crime de infração de medida sanitĂĄria preventiva, que prevĂȘ prisão de um mĂȘs a um ano.

"Esta autoridade policial considera que, ainda que tenha oferecido uma resistĂȘncia inicial ao uso da mĂĄscara de proteção facial, resistĂȘncia que durou cerca de 3 minutos, tempo em que houve a discussão, após a intervenção da autoridade policial responsĂĄvel pela escolta do preso, o deputado Federal Daniel Silveira fez o uso da mĂĄscara de proteção facial e o exame médico legal prosseguiu sem maiores intercorrĂȘncias", diz o relatório.

As conclusões da PolĂ­cia Federal devem ser enviadas à Procuradoria-Geral da RepĂșblica, que vai avaliar se apresenta nova denĂșncia (acusação formal) ao Supremo.

Por decisão da Corte, Silveira jĂĄ é réu no âmbito do inquérito que investiga atos antidemocrĂĄticos. Desde o fim de abril, o parlamentar responde a processo criminal por crimes previstos no Código Penal e na Lei de Segurança Nacional. São eles:

praticar agressões verbais e graves ameaças contra ministros da Corte para favorecer interesse próprio, em trĂȘs ocasiões;

incitar o emprego de violĂȘncia e grave ameaça para tentar impedir o livre exercĂ­cio dos Poderes Legislativo e JudiciĂĄrio, por duas vezes, e

incitar a animosidade entre as Forças Armadas e o STF, ao menos uma vez.

Fonte: G1

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