Série A começa com seis técnicos estreantes e Guto e Lisca como os "mais experientes"; confira raio-X

Por Redação em 29/05/2021 às 07:00:21

Esta será a primeira edição em que os clubes terão um limite de trocas de comando; treinadores de Ceará e América-MG são os que têm mais tempo de casa Os professores da primeira aula da Série A estão definidos. A dúvida é saber quais deles terminarão o ano à frente da mesma turma. Às vésperas da estreia do Brasileirão, o ge faz um raio-x dos treinadores que iniciam o campeonato no comando das equipes. Quem vai disputar a competição pela primeira vez, quem já foi campeão, os estrangeiros, quem está no mesmo clube desde a temporada passada...

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Neste cenário, destaque para Guto Ferreira, do Ceará, e Lisca, do América-MG, que começaram e terminaram o Brasileiro do ano passado em seus respectivos clubes, e agora iniciam mais uma vez a competição. No caso de Lisca, em 2020 jogou a Série B.

Guto Ferreira e Lisca estão em seus respectivos clubes desde início do Brasileiro passado

Arte/ge

A temporada 2021 tem uma novidade. Será a primeira edição em que os clubes terão um limite de trocas de comando. Cada um só poderá ter dois técnicos na competição, e cada treinador só poderá dirigir duas equipes diferentes.

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Sintetizando: os clubes só poderão demitir com o intuito de contratar outro profissional uma vez. Na segunda, não será possível ir ao mercado atrás de um substituto - este terá que ser um funcionário do clube com no mínimo seis meses na “casa”.

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Regra que vem para tentar reduzir a quantidade de alterações. No ano passado, por exemplo, apenas quatro técnicos começaram e terminaram a competição na mesma equipe. Regra que, inclusive, pode ter motivado a demissão de Mozart Santos, da Chapecoense, dois dias antes do início do campeonato. Questionado desde a perda do título estadual, ele chegou a fazer um apelo para permanecer no cargo, mas a diretoria preferiu substituí-lo antes do início da Série A. Dois nomes surgem como favoritos ao cargo: Luiz Felipe Scolari e Argel.

A limitação nas trocas de técnico, contudo, possui "brechas". As hipóteses de pedido de demissão do técnico e saída em comum acordo não são contabilizadas no limite.

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Os técnicos do Brasileiro

Os estreantes brasileiros

Umberto Louzer - Sport

Técnico Umberto Louzer comanda Sport em 2021

Marlon Costa / Pernambuco Press

Com quatro anos de carreira, o técnico assumiu o comando do Sport após a demissão de Jair Ventura. Comandou o Leão na reta final do Campeonato Pernambucano, perdendo o título para o Náutico. Em sua primeira Série A, tem o desafio de estruturar o Leão e levá-lo a uma campanha mais tranquila do que a temporada passada, quando o time lutou contra a queda até as rodadas finais.

Sylvinho - Corinthians

Sylvinho comanda o treino do Corinthians antes do início do Brasileiro

Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Lateral-esquerdo campeão brasileiro com o Corinthians em 1998, Sylvinho vai disputar a sua primeira Série A como técnico. Chega como uma aposta do Timão. Em seu currículo de treinador, seis experiências como auxiliar técnico - a mais marcante com Tite, na Seleção Brasileira - e somente uma como titular do cargo, no Lyon, em 2019 - durou apenas cinco meses (11 jogos).

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Os estreantes estrangeiros

Juan Pablo Vojvoda - Fortaleza

Vojvoda, Fortaleza, novo técnico

Leonardo Moreira/FEC

Contratado após a demissão de Enderson Moreira, o técnico argentino assumiu o comando do Leão do Pici em meio à disputa do Campeonato Cearense. E começou bem, levando o time à conquista do título estadual sobre o rival Ceará. Tem o perfil ofensivo, que foi uma das razões que levou a diretoria do Fortaleza a contratá-lo.

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Hernán Crespo - São Paulo

Crespo São Paulo x Palmeiras

Marcos Ribolli

O técnico argentino foi contratado para assumir um São Paulo desacreditado, sem margem para fazer grandes investimentos e que há oito anos não conquistava um título. E surpreendeu até mesmo quem o contratou! Em pouco mais de três meses, Crespo transformou o São Paulo numa equipe competitiva. Conquistou o elenco e a torcida com o seu espírito aguerrido, sintetizado num lema que costuma repetir e foi pintado na parede do Morumbi:

"Aonde não chegam as pernas, vai chegar o coração."

E, na base do coração, tirou o Tricolor Paulista da fila ao conquistar o título paulista sobre o rival Palmeiras. Garantiu, também, a classificação à próxima fase da Libertadores. O desafio, agora, é dar sequência à evolução no Campeonato Brasileiro.

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Miguel Ángel Ramírez - Internacional

Ramírez conversa com Taison em Inter x Always Ready

Ricardo Duarte/Inter

Fechado com o Colorado desde dezembro do ano passado, o treinador espanhol assumiu o cargo no início desta temporada. O "professor" tem um contrato de dois anos, mas corre o sério risco de aprender que, no Brasil, o vínculo no papel não significa muito. Está na corda bamba após a perda do título estadual para o Grêmio. A classificação na Libertadores, sacramentada com um empate sem gols diante do Always Ready, da Bolívia, no Beira Rio, não amenizou muito a situação, de modo que o técnico depende de um bom começo no Brasileiro para seguir no cargo.

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António Oliveira - Athletico-PR

António Oliveira, técnico do Athletico

Athletico

Contratado em outubro do ano passado para ser auxiliar técnico de Paulo Autuori no Athletico-PR, António é o quarto técnico português na Série A desde o sucesso de Jorge de Jesus no Flamengo, entre 2019 e 2020. Foi efetivado no cargo de treinador em março - Autuori assumiu a função de diretor técnico. Comandou o Furacão em nove partidas até o momento, com oito vitórias e só uma derrota. O último triunfo, pela Sul-Americana, sobre o Aucas-EQU, foi a melhor apresentação do time sob o comando do técnico luso. Classificado à próxima fase da competição, o clube também disputa o Estadual - está em vantagem das quartas de final contra o Paraná após vencer o jogo de ida por 2 a 0.

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Com título no currículo

Rogério Ceni - Flamengo

Rogério Ceni é campeão do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo

Marcos Ribolli

Tricampeão brasileiro como goleiro do São Paulo (2006, 2007 e 2008), Rogério Ceni é o atual campeão brasileiro como técnico. E chega para o Brasileiro de 2021 em condições de defender a conquista, que não foi a única da parceria time-treinador. Com Ceni no comando há pouco mais de seis meses, o Flamengo ergueu também as taças da Supercopa e, recentemente, do Campeonato Carioca. Além da Série A, Rogério e Flamengo têm como prioridade na temporada a Libertadores - o time conhecerá o seu adversário nas oitavas de final na próxima terça-feira.

Rogério Ceni começou a sua trajetória no Flamengo em novembro de 2020, substituindo Domènec Torrent. Obviamente, entra também na lista dos técnicos que terminaram a edição passada do Brasileiro no mesmo clube em que vão começar a atual.

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Cuca - Atlético-MG

Técnico Cuca sendo carregado após título do Mineiro 2021

Cris Mattos/FMF

Cuca chega com o Atlético-MG para o Campeonato Brasileiro em alta. Campeão estadual e classificado na Libertadores com a melhor campanha da fase classificatória, o Galo vem apresentando um bom desempenho na temporada, sendo, inclusive, a aposta do comentarista PVC para ficar com o título. Campeão da Libertadores com o Galo em 2013, o treinador tem o seu nome gravado na história da Série A. É um dos dois comandantes que possui a taça no currículo, conquistada em 2016, quando dirigia o Palmeiras.

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Começou, terminou e vai começar de novo

Guto Ferreira - Ceará

Ceará x Bolívar, Arena Castelão, Sul-Americana

Thiago Gadelha/SVM

Guto Ferreira é o único que vai começar a Série A no mesmo time que iniciou a edição passada da competição: o Ceará. Está há mais de 14 meses no comando do Vovô, sendo o técnico mais longevo na história do clube. O prestígio do treinador é grande, tanto que Guto passou incólume pela sequência de três frustrações recentes: os vice-campeonatos estadual e da Copa do Nordeste; e a eliminação da Copa Sul-Americana.

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Lisca - América-MG

Lisca América-MG

Mourão Panda

Assim como Guto Ferreira, Lisca começou o Campeonato Brasileiro do ano passado no seu clube atual, o América-MG. Só que na Série B. Foi contratado em janeiro de 2020 e, desde então, coleciona polêmicas, provocações, para não perder o costume, e também bons resultados. Na temporada passada, brigou até a última rodada pelo título da Série B, que acabou nas mãos da Chapecoense. Nesta, chegou à final do Campeonato Mineiro, perdendo a decisão para o Atlético-MG.

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Terminou e vai começar no mesmo clube

Dado Cavalcanti - Bahia

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Felipe Oliveira/EC Bahia

O treinador pernambucano assumiu o Esquadrão de Aço em dezembro do ano passado, após a demissão de Mano Menezes. Então coordenador das categorias de base, admitiu que estava diante do maior desafio da sua carreira. E vem dando conta do recado. Livrou o Bahia do rebaixamento na Série A 2020 e, nesta temporada, conduziu o time à conquista da Copa do Nordeste. Contudo, vem de um revés recente, a eliminação em casa na Sul-Americana, para o Montevideo City Torque.

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Maurício Barbieri - Bragantino

Maurício Barbieri assumiu o Massa Bruta na Série A 2020, com o desafio de fazer o time recuperar o rendimento apresentado no Campeonato Paulista daquele ano para se afastar da briga contra o rebaixamento no Brasileiro. Cumpriu muito bem a sua missão, conseguindo colocar o Bragantino na zona de classificação à Sul-Americana. Barbieri renovou o seu contrato ainda na reta final da Série A e chega para a estreia da Série A embalado pela classificação às oitavas da Sula.

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Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

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Abel Ferreira - Palmeiras

O técnico Abel Ferreira durante treino do Palmeiras, na Academia de Futebol

Cesar Greco

A sequência de três vice-campeonatos nesta temporada (Supercopa, Recopa Sul-Americana e Paulistão) não abalaram a confiança da diretoria do Palmeiras no treinador português. Atual campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, Abel Ferreira segue "incontestável" no comando do Verdão e vai em busca do título nacional que lhe falta. Assim como os principais concorrentes à taça, terá que administrar o foco dividido com a Liberta.

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Novo começo, nova casa

Tiago Nunes - Grêmio

Tiago Nunes inicia trajetória no Grêmio com título gaúcho

Lucas Uebel/Grêmio

Tiago Nunes começou o último Brasileirão no Corinthians. Não durou muito. Foi demitido na nona rodada, após a derrota para o rival Palmeiras, por 2 a 0. Permaneceu sem clube até pouco mais de um mês, quando foi anunciado como o novo técnico do Grêmio. Chegou para substituir Renato Gaúcho, que deixou o clube após a eliminação na Libertadores. E já chegou conquistando um título: o estadual, vencendo o rival Inter na decisão.

Roger Machado - Fluminense

Roger Machado, técnico do Fluminense

Mailson Santana FFC

Roger Machado é outro que vai começar o Brasileiro 2021 numa casa diferente. Em 2020, comandava o Bahia. Foi demitido após perder para o Flamengo, por 5 a 3, na sétima rodada. Assim como Tiago Nunes, Roger também só voltou a trabalhar nesta temporada. Foi contratado pelo Fluminense, com quem possui uma forte identificação - marcou o gol do título da Copa do Brasil de 2007. Vice-campeão estadual, o Fluminense também vai dividir o foco entre o Brasileiro e a Libertadores - conseguiu a classificação com uma vitória expressiva sobre o River Plate na Argentina, por 3 a 1, a melhor apresentação da equipe na temporada.

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Fernando Diniz - Santos

Fernando Diniz em treino do Santos

Ivan Storti/Santos FC

Fernando Diniz começou a Série A 2020 no São Paulo. E iniciou bem, tendo liderado a competição por um bom período. Contudo, após uma queda de rendimento abrupta - seis partidas sem vencer no Brasileirão -, ficou sem o título e sem o emprego. Até o início deste mês, quando foi contratado pelo Santos. Até estreou bem, vencendo o Boca Juniors na Libertadores, por 1 a 0, na Vila Belmiro. Contudo, o Peixe acabou eliminado da competição.

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Eduardo Barroca - Atlético-GO

Eduardo Barroca e João Paulo Sanches - Atlético-GO

Bruno Corsino / ACG

Aos 45 do segundo tempo, Eduardo Barroca conseguiu uma vaga entre os professores que vão começar a Série A 2021. O técnico fechou com o Atlético-GO na véspera do início da competição, a dois dias da estreia. É um retorno, na verdade. Em 2019, Barroca conduziu o Dragão ao acesso à primeira divisão. Deixou o clube logo após, alegando problemas particulares. Pouco tempo depois, acertou com o Coritiba, o que deixou a torcida do Atlético-GO desconfiada e insatisfeita. Barroca começou o Brasileirão do ano passado no Coxa, mas durou apenas quatro rodadas, sendo demitido após a derrota por 3 a 1 para o Corinthians.

De volta à Série A

Marquinhos Santos - Juventude

Marquinhos Santos

Gabriel Tadiotto/ E.C. Juventude

O último trabalho de Marquinhos Santos na Série A foi em 2019, quando foi contratado pela Chapecoense para tentar evitar o rebaixamento. Não conseguiu. No início desta temporada, retornou ao Juventude, clube que comandou também em 2019, conquistando o acesso da Série C. No Campeonato Gaúcho, o time foi eliminado pelo Inter na semifinal. Marquinhos, que deve desfalcar o Juventude na estreia - está isolado para se recuperar da Covid-19 - foi eleito o melhor técnico da competição.

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Alberto Valentim - Cuiabá

Alberto Valentim, técnico do Cuiabá

AssCom Dourado

Com passagens por Palmeiras, Botafogo e Vasco, o treinador não disputou a última Série A. Seu último trabalho antes de assumir o Cuiabá foi no Botafogo, até fevereiro de 2020. Foi anunciado pelo clube mato-grossense no início de abril com o objetivo de conduzir a preparação para o Brasileiro. No caminho, conquistou o título estadual, o segundo dele como técnico - o primeiro foi o Campeonato Carioca com o Botafogo, em 2018.

Fonte: Globo Esporte/G1

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