Associação afasta risco de falta de itens básicos em supermercados de Campinas apesar de restrições; economista explica 'desequilíbrio'

Por Redação em 23/09/2020 às 20:40:24

Cidade tem estabelecimentos com limitações nas vendas de arroz, feijão e óleo, mas Apas diz que medida é preventiva. Proprietário de loja se opõe à corrida de clientes por compras para estoque. Apas afasta risco de desabastecimento

O risco de falta de itens básicos em supermercados de Campinas (SP) foi afastado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) na tarde desta quarta-feira (23), apesar das limitações de vendas estipuladas por parte dos estabelecimentos. A entidade trata a medida das lojas como preventiva e um economista ouvido pela EPTV, afiliada da TV Globo, explica que há um "desequilíbrio de mercado".

Restrições

Algumas redes de varejo consultadas pela reportagem limitaram as vendas de pacotes de arroz ou feijão, além de garrafas de óleo. Em um mercado de bairro, por outro lado, não há restrições e o proprietário diz que tem estoque por pelo menos mais dois meses, caso deixe de fazer novas compras de mercadorias. Ele ressalta, ainda, que mantém aquisições de forma contínua, apesar de menores.

"A gente faz um pedido de tantas caixas, só manda metade ou menos. Se não tiver aquela corrida pro pessoal começar a estocar, com medo de faltar, para os nossos clientes do dia a dia eu tenho um estoque para dois meses tranquilo, sem comprar. Mas a gente não para de comprar. Se disparar o consumo a gente tem que colocar uma placa para dar para todo mundo", diz Altair Dias.

Apas afasta risco de desabastecimento em mercados de Campinas

Reprodução / EPTV

Prevenção

Em nota, a Apas destaca que a limitação imposta por supermercados tem objetivo de evitar venda de grandes volumes para única pessoa ou empresa e, com isso, "eventual desabastecimento dos consumidores". Além disso, destaca que há um esforço dos estabelecimentos para garantir a continuidade e amenizar o impacto da alta de preços, principalmente nos produtos da cesta básica.

Desequilíbrio de mercado

O economista da PUC-Campinas Izaias de Carvalho Borges explica que há um desequilíbrio entre a oferta e procura destes produtos. Segundo ele, as compras aumentaram porque famílias socialmente mais vulneráveis beneficiadas por políticas sociais emergenciais durante a pandemia do novo coronavírus conseguiram aplicar mais recursos em alimentos básicos.

Por outro lado, ele lembra que houve redução da oferta na medida em que a crise sanitária provocou reflexos nas cadeias produtivas e desvalorização do Real gerou alta nas exportações e queda de importações, o que diminuiu a oferta disponível no mercado interno.

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Fonte: G1

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