Salário médio de contratação encolhe para R$ 1.921 em 2021 e tem 1ª queda em 5 anos

Por Redação em 31/01/2022 às 15:17:10

Remuneração representa uma redução de R$ 79, ou de 3,95%, na comparação com a média paga em 2020 para novas vagas com carteira assinada, em valores corrigidos pela inflação. O país voltou a criar empregos com carteira assinada em 2021, mas o salário médio de contratação em vagas com carteira assinada encolheu pela primeira vez em 5 anos. Segundo dados do Ministério do Trabalho e da Previdência, o salário médio real de admissão foi de R$ 1.921,19 no ano passado, contra R$ 2.000,26 em 2020, em valores corrigidos pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Ou seja, em 1 ano houve redução real de R$ 79,07, ou de 3,95%, no salário médio oferecidos para as novas vagas de emprego formal criadas no país. Desde 2016 o Brasil não registrava um encolhimento na remuneração média paga para empregos com carteira assinada. Naquele ano, porém, a redução foi menor, de 1,4%. Veja gráfico abaixo:


Salário médio real de contratação no país — Foto: Economia g1Salário médio real de contratação no país


Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira (31), mostram também que o salário médio de admissão em dezembro de R$ 1.793,34, o que representa uma queda real de R$ 115,85 , ou de 6,07%, em relação a dezembro de 2020 (R$ 1.909,19). Já na comparação com novembro, quando o salário médio ficou em R$ 1.791,83, houve aumento real de R$ 1,51, ou de 0,08%.

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Setor de serviço tem maior queda

Entre os setores da economia, o maior achatamento de salários ocorreu nas vagas abertas nas atividades de serviços (-5,16%).

Na sequência, os maiores recuos nos salário de admissão foram observadas na construção (4,70%), no grupamento comércio e reparação de veículos (3,37%) e na agropecuária (3,01%). A menor redução foi na remuneração média paga pela indústria (-1,54%).

Em termos de valores, os salários iniciais médios mais altos de 2021 foram os pagos para serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (R$ 2.175), enquanto que os mais baixos foram os de serviços domésticos (R$ 1.410) e de alojamento e alimentação (R$ 1.445,21) – segmento que foi um dos mais afetados pela pandemia e que ainda não conseguiu retomar o patamar de atividade pré-Covid.


Salário médio real de admissão por atividade em 2021 — Foto: Economia g1
Salário médio real de admissão por atividade em 2021


Em meio à inflação acima de 10% e uma taxa de desemprego ainda elevada no país, a renda do trabalhador caiu em 2021 tanto no mercado formal como no informal. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada na semana passada mostrou que o rendimento real habitual caiu 4,5% no trimestre encerrado em novembro, frente ao trimestre anterior, para R$ 2.444 – o menor rendimento da série histórica iniciada em 2012.

O balanço divulgado pelo Ministério do Trabalho mostrou que o Brasil gerou 2,73 milhões de empregos com carteira assinada em 2021, após ter perdido 191.455 vagas formais em 2020.

Perspectivas

Os economistas do mercado financeiro projetam um avanço de apenas 0,30% para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, segundo o boletim Focus do Banco Central. Para a Selic, a expectativa é de que a taxa básica de juros da economia encerrará 2022 em 11,75% ao ano, o que pressupõe novas elevações nos próximos meses.

O Brasil deve continuar criando vagas em 2022, mas a expectativa é de um ritmo mais moderado em razão do maior aperto monetário do Banco Central para controlar a inflação e dos impactos da alta dos juros na atividade econômica e na confiança dos empresários e consumidores.

A XP estima uma criação líquida de 950 mil empregos formais em 2022 (média ao redor de 100 mil no primeiro semestre e 60 mil no segundo semestre). "A dissipação dos benefícios do programa BEm e o arrefecimento contínuo das admissões devido ao enfraquecimento da demanda doméstica são as principais razões por trás desse cenário", destacou o economista Rodolfo Margato ao comentar os números do Caged.

A Organização Internacional do Trabalho (OTI) projeta que o Brasil ainda terá 14 milhões de desempregados em 2022 e 13,6 milhões em 2023, após ter registrado uma média estimada em 14,3 milhões no ano de 2021.

Fonte: G1

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