Dólar e Bolsa oscilam com ameaças de embargo ao petróleo da Rússia; barril sobe

Por Redação em 08/03/2022 às 13:10:25

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam nesta terça-feira, 8, sem direção definida com o clima internacional pressionado por ameaças de boicote dos Estados Unidos ao petróleo russo. O presidente Joe Biden deve anunciar o embargo à commodity nesta tarde após países europeus não terem entrado em um consenso sobre o comércio com Moscou. Por volta das 12h50, o dólar registrava alta de 0,26%, a R$ 5,093, após inverter sinais de positivo e negativo ao longo da manhã. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,101, enquanto a mínima não passou de R$ 5,063. A divisa fechou a véspera estável, com leve alta de 0,03%, cotado a R$ 5,080. Após momentos de alta durante, o Ibovespa cedeu ao tom negativo e operava com recuo de 0,3%, aos 111.275 pontos. O pregão desta segunda-feira, 8, fechou com forte queda de 2,5%, aos 111.593 pontos, o pior tombo diário desde o dia 26 de novembro.

Investidores aguardam por declarações do governo norte-americano sobre a suspensão da compra do petróleo produzido na Rússia. A medida marca um novo patamar nas sanções do Ocidente ao Kremlin em resposta à invasão da Ucrânia, há quase duas semanas. No domingo, 6, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o país estava em “discussões muito ativas” com pares da Europa para uma mobilização conjunta. Segundo agências internacionais, os europeus não devem aderir ao movimento por causa da forte dependência das commodities energéticas de Moscou. O premiê da Alemanha, Olaf Scholz, negou que o país vá participar da mobilização. A nova escalada faz o barril do tipo Brent, referência na maior parte do globo, operar na máxima diária, em torno de US$ 132. A cotação chegou próximo de US$ 140 na véspera, o maior valor desde 2008.

No cenário doméstico, o presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou ministros e o Banco Central (BC) para blindar o mercado doméstico da variação internacional. O congelamento dos reajustes de forma temporária é um dos principais pontos de discussão, apesar de encontrar resistência na equipe econômica. Desde 2016, a Petrobras adota o preço de paridade de importação (PPI), política que baseia o valor cobrado às distribuidoras domésticas de acordo com a variação do petróleo no mercado global e a cotação do dólar. O último reajuste pela Petrobras ocorreu no dia 12 de janeiro, quando o barril estava cotado próximo de US$ 85, e a recente valorização de 53% pressiona a estatal por novos aumentos. O governo também estuda subsidiar o preço dos combustíveis. Seria uma solução emergencial parecida com a que foi adotada em 2018 no governo do presidente Michel Temer (MDB). Na mesa de discussão do governo, se fala na possibilidade de uma subvenção que duraria cerca de três meses para diesel, gasolina e o GLP, conhecido como gás de cozinha.

Fonte: JP

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