Pressão saudável: empresas com capital aberto avançam mais em ESG

Por Redação em 28/03/2022 às 06:34:28

É o que mostra estudo feito pela consultoria Resultante sobre evolução das empresas de capital aberto e divulgado com exclusividade para o Prática ESG Um estudo feito pela consultoria Resultante e publicado com exclusividade pelo Prática ESG sobre a evolução na temática ESG (sigla em inglês para sobre questões ambientais, sociais e de governança corporativa) de empresas com capital aberto de 11 diferentes setores entre 2019 e 2021 traz evidências de que a abertura de capital pode ajudar a pressionar as empresas para acelerar suas estratégias de sustentabilidade.

O estudo primeiramente analisa 150 aspectos das três dimensões (E, S e G) de 2019 a 2021 de 135 empresas de capital aberto. Neste caso, a média de pontuação ao fim de 2021 era de 56,4 pontos para essa amostra. Mas, quando são incluídas na conta as empresas que fizeram IPO (oferta pública de ações) nos anos analisados, essa média cai para 53,1 pontos em 2021. Neste último também são excluídas as empresas que se fundiram ou fecharam capital, o que soma 187 companhias na amostra.

O segmento de TI e telecom, por exemplo, assim como o de varejo, são alguns dos mais impactados. No caso do primeiro, a média setorial cai de 68,5 pontos, para 57,3 pontos, e o segundo, de 57,6 pontos para 51,5 pontos, contando os IPOs.

“Quanto mais tempo de capital aberto, percebemos que mais maturidade nos temas ESG a empresa tem. Claro que existem empresas que já abrem capital com prática de gestão integrada a alguns parâmetros de sustentabilidade, mas a tendência é ir evoluindo conforme atende mais investidores, sofre mais due dilligence e auditoria, e é mais cobrada pelo mercado de capitais”, pontua Lincoln Camarini, líder de Research da Resultante. A Resultante auxilia gestoras de investimentos a escolher empresas com melhores práticas ESG.

Maria Eugenia Buosi, CEO da consultoria Resultante, acrescenta ainda a pressão pública por maior transparência e maior exposição natural da companhia à mídia, por exemplo, e diz que quanto antes as empresas se prepararem, mais vantagem competitiva terão quando abrirem capital. “ESG não é uma corrida de 100 metros; é uma maratona. Leva anos para implementar estratégias e começar a colher resultados das iniciativas”, finaliza.

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Para fazer o levantamento, a consultoria busca dados quantitativos e qualitativos que estejam disponíveis ao público geral e sejam validados por diversas metodologias internacionais como indicadores-chave para medir a evolução das empresas.

Na questão ambiental, a consultoria avalia como a empresa faz a gestão de recursos naturais, impacto na biodiversidade e desmatamento, emissões de gases poluentes, gestão de resíduos e acidentes, vazamentos e emergências. Também entra na conta a mensuração dos riscos para o negócio da mudança climática.

No âmbito social são analisados, por exemplo os relacionamentos das empresas com seus colaboradores, clientes, fornecedores e comunidades, além de notícias sobre escândalos, multas e sanções. Já na governança, são observados parâmetros de transparência e gestão, composição do conselho e administração, conflitos de interessa do alto escalão, além de nível de integração da agenda ESG com a estratégia da companhia.

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Orlandow/Pixabay

Fonte: Valor Econômico

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