Índice de enterros em Manaus volta a subir após quatro meses de queda; mortes por Covid-19 também têm alta

Por Redação em 01/10/2020 às 21:18:21

Em setembro, foram 89 enterros de pessoas que morreram pelo novo coronavírus, maior número desde junho. Fiocruz aponta que alta da doença na capital apresenta "níveis acima do esperado". Enterros de vítimas pela Covid-19, em cemitérios públicos de Manaus, tiveram pico no mês de maio, quando 348 pessoas foram sepultadas.

Felipe Dana/AP

O índice de enterros em cemitérios públicos de Manaus voltou a apresentar aumento, no mês de setembro, após quatro meses de queda, segundo dados divulgados pela Prefeitura de Manaus, nesta quinta-feira (1º). Em um único mês, durante o pico da pandemia, a cidade chegou a registrar 349 enterros de vítimas do novo coronavírus e o número de mortes ficou 108% acima da média histórica.

Segundo a Prefeitura, os registros de mortes causadas pela Covid-19 também voltaram a apresentar alta em setembro, com 89 casos. Até esta quinta-feira (1º), o número de casos do novo coronavírus em Manaus chegou a mais de 52 mil, com mais de 2,6 mil mortes registradas apenas na cidade. No estado, são mais de 140 mil casos, com mais de 4,1 mil.

O Governo do Amazonas identificou aumento de casos e internações pela doença nas últimas semanas, e decidiu voltar a fechar bares, praias e restaurantes após quatro meses de flexibilização do isolamento. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou uma nota afirmando que a alta da doença em Manaus apresenta "níveis acima do esperado".

Segundo dados da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), responsável por gerir os cemitérios públicos da capital, o maior número de sepultamentos registrados na cidade em um único mês foi em abril, quando 2.433 enterros foram feitos. Nos quatro meses seguintes, os dados apresentaram diminuição e chegaram a 828 enterros, em agosto.

Após o período de queda, o índice voltou a apresentar um leve aumento, em setembro, com 868 sepultamentos feitos no mês.

Os sepultamentos e cremações de óbitos tendo como causa a Covid-19, nos cemitérios públicos de Manaus, alcançaram em setembro a maior taxa desde o mês de junho.

Conforme a Semulsp, nos últimos 30 dias, foram registrados nos espaços funerários públicos 89 sepultamentos e cremações tendo como causa confirmada a doença provocada pelo novo coronavírus. Em julho, foram contabilizados 67 sepultamentos de óbitos por Covid-19 e em agosto foram 77.

"Os dados seguem bem abaixo do registrado nos meses de abril e maio, quando ocorreu o pico de casos e mortes por Covid-19 em Manaus, mas acende o sinal de alerta em razão do crescimento de óbitos por Covid-19 e, como consequência, o aumento no total de sepultamentos", observou o secretário da Semulsp, Paulo Farias, por meio de assessoria.

Desde o pico da pandemia do novo coronavírus no estado, registro entre abril e maio, já são 892 sepultamentos de pessoas que tiveram como causa oficial na declaração de óbito a Covid-19, de um total de 7.807 sepultamentos no mesmo período.

De janeiro até o fim de setembro de 2020, já são 10.392 sepultamentos registrados nos cemitérios públicos, o que representa quantitativo maior que todo o ano de 2019, quando foram registrados 10.342.

Mortes acima de média histórica

O Amazonas viveu a primeira onda de Covid-19 entre os meses de abril e maio, quando o sistema público de saúde da capital entrou em colapso. Na época, o número de mortes em Manaus ficou mais de 100% acima da média histórica.

Com aumento no número de mortes durante o pico de casos e o aumento na média de mortes por dia, na cidade, a Prefeitura de Manaus chegou a fazer enterros em valas comuns, chamadas pelo órgão de trincheiras. Após um registro de diminuição da média de mortes, a medida foi suspensa e os sepultamentos voltaram a ser feitos em covas individuais.

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Fonte: G1

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